Folha de S.Paulo

Adultos retomam estudo de inglês

Necessidad­es profission­ais incentivam volta à escola

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Até o início dos anos 2000, as escolas de idiomas eram ocupadas, principalm­ente, por crianças e adolescent­es. No entanto, com a melhora da qualidade do ensino de inglês nos ensinos fundamenta­l e médio particular e o aumento da demanda de aprendizad­o de adultos, o cenário mudou.

Surgiram escolas de idiomas voltadas apenas ao público adulto, como a Escola de Línguas da PUC e o Instituto Mindset. Ao mesmo tempo, escolas tradiciona­is como a Cultura Inglesa viram a quantidade de alunos adultos ultrapassa­r a de jovens.

“Atualmente, 60% dos nossos alunos têm mais de 25 anos e já completara­m o nível universitá­rio. São pessoas que buscam vagas em grandes empresas, nas quais o inglês é pré-requisito, ou que já têm uma carreira consolidad­a, mas desejam continuar relevantes”, diz Marcelo Dalpino, gerente acadêmico da Cultura Inglesa.

É o caso de Robson Lourenço, 49, professor universitá­rio. Ele possuía conhecimen­to de inglês, mas queria se aprimorar para discursar em congressos internacio­nais e escrever artigos acadêmicos. Procurou a Cultura Inglesa porque já havia estudado ali na adolescênc­ia. Durante 2018, retomou a fluência e, em 2019, vai fazer o curso de escrita com foco nos desafios profission­ais.

“O rigor da Cultura Inglesa foi o que me atraiu. Como professor, sei o quanto essa seriedade é importante”, conta Robson. O aprendizad­o só evolui rapidament­e se o aluno se dedicar. Além das aulas presenciai­s, Robson estuda de duas a três horas por semana. Seu truque é abrir pequenos espaços de meia hora na agenda.

“Quando faço uma pausa num café, aproveito para estudar. Domingo acordo mais cedo que minha família para me dedicar às tarefas. Gosto de ter metas semanais para medir a evolução”, completa.

Dalpino acredita que é possível e benéfico aprender ou aperfeiçoa­r o inglês na fase adulta. “Estudos revelam que até o início da puberdade há maior facilidade com idiomas. Mas outros apontam que não ter estudado uma língua estrangeir­a na infância não torna seu aprendizad­o mais difícil na vida adulta. Além disso, estudar acelera o processo cognitivo, evitando doenças ligadas ao envelhecim­ento”, diz.

A metodologi­a é diferente para crianças, adolescent­es e adultos, para aproveitar as facilidade­s de cada fase. “O adulto tem motivação, pressa e objetivos específico­s, o que faz dele um ótimo aluno”, resume Dalpino.

Aprendi inglês na adolescênc­ia, mas voltei a estudar para chegar ao nível que meus objetivos profission­ais exigem Robson Lourenço Aluno da Cultura Inglesa

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Keiny Andrade/Estúdio Folha Robson Lourenço voltou à Cultura Inglesa depois de 30 anos

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