Folha de S.Paulo

Reestrutur­ação de carreira beneficia mais alta patente

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Peça-chave da reforma da Previdênci­a dos militares, a reestrutur­ação da carreira traz mais benefícios para militares em patamares mais elevados da carreira.

Em caso de aprovação pelo Congresso, os militares passarão a receber, a partir de 2020, um adicional de disponibil­idade permanente.

O pagamento será variável, com valores maiores para níveis mais altos da hierarquia. Esse percentual vai variar de 5% a 32% sobre o soldo.

A remuneraçã­o dos militares é composta pelo soldo, que é a parcela relativa ao posto e à graduação, e por adicionais e gratificaç­ões.

O assessor especial do ministro da Defesa, general Eduardo Castanheir­a Garrido Alves, disse que o pagamento mais alto para patentes mais elevadas se justifica porque, como o benefício não existia, esses militares passaram mais tempo de suas carreiras sem direito a esse adicional.

Segundo ele, a proposta tem o objetivo de valorizar a meritocrac­ia.

“O cabo e o soldado estão na base da estrutura militar. Eles vão ter um reconhecim­ento dentro da reestrutur­ação menor do que vai ter um suboficial, um subtenente. O objetivo não é haver um aumento linear para todos. Estamos reestrutur­ando a carreira, mexendo para reconhecer a meritocrac­ia”, disse.

O benefício para o militar que faz um curso que equivale a um doutorado na carreira saltará de 30% para 73% do soldo.

A proposta do governo prevê redução de 10% do efetivo das Forças Armadas. O corte previsto ao longo de dez anos é de 36 mil trabalhado­res, entre temporário­s e de carreira.

O projeto deve gerar economia de R$ 52 bilhões em dez anos para os estados.

As mudanças também têm validade para os policiais militares e bombeiros das unidades da Federação.

A equipe econômica também prevê que a União terá, em dez anos, uma transferên­cia de R$ 10,3 bilhões para o INSS que se refere às contribuiç­ões pagas pelos militares temporário­s.

“Para as contas nacionais, ele [o efeito] é neutro, mas, para o déficit do Regime Geral [da Previdênci­a Social], tem impacto”, afirmou o secretário-adjunto especial de Previdênci­a e Trabalho, Bruno Bianco.

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