Folha de S.Paulo

Copom mantém juros na estreia de Campos Neto

- Tássia Kastner

O Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 6,50% ao ano, marcando um ano desde que a Selic chegou ao menor patamar da história. É também o período mais longo em que a taxa permanece em seu piso.

Nessa que foi a primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) conduzida por Roberto Campos Neto, o colegiado destacou no comunicado que “cautela, serenidade e perseveran­ça, inclusive diante de cenários voláteis, têm sido úteis na perseguiçã­o de seu objetivo precípuo de manter a trajetória da inflação em direção às metas”.

No comunicado, o BC afirmou que permanecem no cenário fatores de alta e baixa para a inflação. A pressão de baixa vem da ociosidade da economia, mas uma frustração das expectativ­as sobre a continuida­de das reformas poderia elevar a trajetória da inflação. O risco se intensific­aria, segundo o comunicado, em caso de piora no cenário para economias emergentes.

Há economista­s que começam a ver na fraqueza da economia brasileira espaço para a queda da Selic neste ano, com primeiros questionam­entos sobre um possível corte já na próxima reunião, em maio. As previsões para o PIB de 2019, que chegaram a rondar os 3%, caminham para a faixa dos 2%.

“A retomada mais moderada da atividade amplia as chances de corte de juros em algum momento do ano”, escreveu o Bradesco.

O banco Fator prevê que os juros poderiam encerrar 2019 em 5,50%, um ponto percentual abaixo do atual nível.

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