Folha de S.Paulo

Ministro diz que novo modelo de venda da Eletrobras sai até junho

- Julio Wiziack Vinicius Torres Freire Excepciona­lmente hoje a coluna não é publicada

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerqu­e, afirmou nesta quinta-feira (21) que o governo quer acelerar o processo de capitaliza­ção da Eletrobras e pretende definir até junho o novo modelo que permitirá à União sair do controle da estatal.

O ministro, no entanto, não comentou a proposta de separar as subsidiári­as da Eletrobras reunindo essas empresas em uma outra companhia para que sejam vendidas separadame­nte.

A secretária-executiva do ministério, Marisete Pereira, é contrária a esse modelo porque diminui valor do processo de capitaliza­ção da Eletrobras.

A expectativ­a era que, pelo modelo definido no governo de Michel Temer, a capitaliza­ção pudesse render R$ 12 bilhões aos cofres públicos.

Em entrevista à Folha, Pereira afirmou que não haveria chance de que o processo de capitaliza­ção fosse concluído neste ano, ficando para 2020.

Albuquerqu­e disse que o governo vai tentar fazer com que esse processo ocorra ainda neste ano.

No fim de 2018, a Eletrobras encerra um capítulo importante em sua reestrutur­ação, ao vender a Ceal, de Alagoas, última distribuid­ora de energia que restava sob o seu controle.

Nos últimos anos, a empresa se desfez de sete distribuid­oras, vendeu dezenas de participaç­ões em empreendim­entos de geração e transmissã­o e reduziu seu quadro de funcionári­os quase pela metade —de 26 mil para menos de 14 mil.

O ministro também anunciou que as discussões sobre a retomada da usina nuclear de Angra 3 estão avançadas.

A obra deve ser incluída no PPI (Programa de Parceria e Investimen­tos) para a busca de um parceiro nos investimen­tos, e a expectativ­a, ainda segundo ele, é que a usina entre em operação em 2026.

Outra medida será a revisão do corte dos subsídios para agricultor­es bancados pelas contas de luz. No fim do ano passado, Temer assinou um decreto prevendo o fim dos recursos que hoje financiam atividades como irrigação e aquicultur­a.

Essa medida geraria uma redução de até 2,5% da energia. Segundo o ministro, o novo decreto deve ser assinado nos próximos dias prevendo um corte escalonado de 20% ao ano até 2025 dos subsídios que hoje oneram as contas em R$ 8 bilhões por ano.

Albuqurque disse ainda que não há nada definido sobre o valor a ser pago pela União à Eletrobras no acordo conhecido como cessão onerosa. Também afirmou que parte da indenizaçã­o da Petrobras será paga pelos novos investidor­es que participar­ão do leilão das áreas da cessão onerosa ainda inexplorad­as.

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