Doria demite 3 por carne de frigorífico interditado na merenda
A gestão do governador João Doria (PSDB) demitiu nesta quinta (21) três funcionários responsáveis pela merenda escolar em São Paulo após a Folha revelar que escolas estaduais receberam carne de frigorífico interditado pelo Ministério da Agricultura.
Então chefe da Coordenadoria de Infraestrutura e Serviços Escolares da Secretaria da Educação, Júlio César Forte Ramos é um dos exonerados.
Ele assinou em fevereiro contratos para o fornecimento de carne com empresas que já haviam sido suspensas pelo Ministério da Agricultura.
O órgão federal suspendeu no início do ano três empresas após fiscalização constatar que elas haviam praticado fraude econômica —substituição de matérias-primas ou mistura de carnes com rejeitos. São elas NS Alimentos, Centroeste e Fridel.
A suspensão da NS Alimentos foi determinada em 30 de janeiro. Em 11 de fevereiro, a empresa firmou contratos de R$ 7,9 milhões com a Secretaria da Educação do estado, assinados por Ramos e por uma representante da empresa.
Documentos obtidos pela Folha mostram ainda que parte das escolas continuou recebendo carne da NS Alimentos mesmo após a secretaria ter sido notificada da suspensão de atividades da empresa.
Em nota, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que determinou o recolhimento de toda a carne distribuída pelos frigoríficos citados.
Segundo o secretário Rossieli Soares, foi aberta uma comissão de apuração interna e será contratada uma auditoria para avaliar a merenda da rede. Ele afirmou que a carne dos frigoríficos interditados não oferecia riscos à saúde.
A NS Alimentos afirmou na quarta (20) que “se encontra em atendimento a demandas técnicas formuladas por órgão do Ministério da Agricultura.” As empresas Fridel e Centroeste não responderam aos contatos da reportagem.