Folha de S.Paulo

Francês ‘Um Banho de Vida’ bebe na mesma fonte de ‘Ou Tudo ou Nada’

- Úrsula Passos

Em 1997, a comédia britânica “Ou Tudo ou Nada” fez muito sucesso, e marcou muitas memórias, com homens comuns desemprega­dos dançando ao som de “Hot Stuff”, de Donna Summer. Impossível não lembrar do longa ao assistir a “Um Banho de Vida”, filme que agora chega aos cinemas brasileiro­s.

Na comédia dirigida pelo também ator Gilles Lellouche, com elenco cheio de estrelas francesas, porém, ninguém faz striptease, mas é de sunga que estão boa parte do tempo.

Mathieu Amalric vive Bertrand, um depressivo na casa dos 40 que não consegue trabalhar há dois anos. Um dia, na piscina pública da cidade, descobre que há uma equipe de nado sincroniza­do masculino que treina ali, e da qual, claro, resolve fazer parte.

O grupo reúne um bando de homens de meia-idade fora de forma com perfis de perdedores, como um dono de uma loja de piscinas falido (Benoît Poelvoorde), um faxineiro de cantina de escola que toca guitarra em bingos de igreja e não consegue se dar bem com a filha adolescent­e, um grosseirão que fala tudo o que pensa, ofende as pessoas e numa dessas é abandonado pela mulher e filho —vivido por Guillaume Canet— ou até mesmo a treinadora, uma ex-atleta alcoólatra que persegue um antigo namorado.

Como este é um filme de superação, o que ele não esconde desde a introdução, está óbvio desde o começo que a trupe vai ser, de alguma forma, triunfante.

E este é também um filme edificante, cheio de lições. Ele segue a fórmula daqueles, como “Ou Tudo ou Nada”, sobre equipes cheias de problemas que vencem no final, que mostram que é possível superar as barreiras individuai­s com a ajuda de um grupo. Brinca também com as expectativ­as de gênero, como um reverso de filmes sobre equipes femininas de futebol.

Afinal, por que homens de meia-idade fora de forma numa cidade pequena da França, a maioria deles depressivo­s e na pior, não podem praticar nado sincroniza­do?

O filme é despretens­ioso e um tanto pueril, mas vale a pena ser assistido. Além de por Canet de sunga, pelas risadas e sorrisos que faz surgir no espectador e por aquele sentimento de bem-estar que nos enche ao final. Esperança e diversão, afinal de contas, não fazem mal a ninguém.

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Divulgação No filme, grupo de homens de meia-idade forma uma equipe de nado sincroniza­do

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