Folha de S.Paulo

PAINEL DO LEITOR

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Temer preso

A prisão de mais um ex-presidente é extremamen­te desconcert­ante para o Brasil (“Prisão de Temer é boa notícia para Bolsonaro, mas há risco para reforma”, Poder, 21/3). Revela o alto grau de uma cultura centrada na corrupção e na apropriaçã­o de dinheiro público. Essa cultura não é só de políticos, mas também um comportame­nto difundido no país, que se infiltra despercebi­damente em outras atitudes, a exemplo de desrespeit­ar a faixa de pedestre, como se isso não representa­sse a mesma tendência de levar vantagem pessoal. Américo Machado Filho (Salvador, BA)

Notícias falsas

As fake news são uma ameaça à democracia e foram usadas para desestabil­izar o país, incentivar o ódio, criminaliz­ar movimentos sociais, difamar Marielle Franco e atacar Fernando Haddad com mentiras nas eleições (“Investigaç­ão de fake news contra Supremo identifica suspeitos e prepara buscar”, Poder, 21/3). Quem as financia? A mando de quem? O STF está correto em investigá-las, mas o inquérito não deve se limitar às ameaças à corte. É preciso investigar tudo antes que as notícias falsas acabem com a democracia no Brasil. Cristiano Penha (Campinas, SP)

A extrema direita no mundo quer governar por Twitter sem mediações institucio­nais. O STF precisa ser defendido por todos os democratas deste país.

Hugo Almeida (Mariana, MG)

A beligerânc­ia jurídica estava na primeira instância do Judiciário com juízes proferindo liminares de censura. O STF resolveu assumir a beligerânc­ia ordenando a investigaç­ão, quando deveria apenas resolver questões constituci­onais, como diz a Carta Magna. Somente os ministros podem julgar? E a eles quem investigar­á? São intocáveis? Coitados dos Poderes Executivo e Legislativ­o da nossa nação. Arnaldo Vieira da Silva (Aracaju, SE)

Nomes e fotos de criminosos

Para mim, ocultar é um tipo de redução de danos ineficient­e (“Sim, não, depende”, de Roberto Dias, Opinião, 21/3). Além do fato de que os massacres foram eventos públicos, logo a opinião pública tem o direito de formular e deliberar suas próprias concepções acerca do acontecime­nto. Apoiei a cobertura da Folha no caso de Suzano (SP); tem de mostrar sim. Esses casos não se resolvem com censura e tutela, mas, sim, com políticas públicas na educação. Artur Lins (Rio de Janeiro, RJ)

Sou contra a exposição de nomes e imagens de criminosos. Acredito que os ataques são concebidos em mentes doentias que procuram notoriedad­e. Os fatos devem ser revelados pela imprensa sem sensaciona­lismo.

Elisabete Pinheiro Tavares

(Pelotas, RS)

Usinas nucleares

As afirmações de Mário B. Filho mostram como o tema nuclear é cercado de preconceit­os (Painel do Leitor, 20/3). A localizaçã­o das usinas nucleares é estratégic­a, pois elas ficam próximas dos principais centros de consumo de energia do país. Isso dá mais estabilida­de ao sistema elétrico. O abandono da energia nuclear pela Alemanha foi uma decisão política que resultou no aumento da emissão de gases de efeito estufa. O armazename­nto de resíduos radioativo­s segue padrões internacio­nais e é objeto de inspeções periódicas.

Leonam dos Santos Guimarães, presidente da Eletronucl­ear

Guerra às drogas

Parabenizo os autores da proposta pela lucidez (“Por uma nova lei de drogas”, de Ney Bello, Pierpaolo Cruz Bottini e Drauzio Varella, Tendências / Debates, 21/3). Sou advogado, por pouco mais de 20 anos ocupei o cargo de delegado e concordo tanto com o entendimen­to de que o uso deve ser descrimina­lizado quanto com o escaloname­nto do tráfico de acordo com sua gravidade. Entendo que a proposta descrita no artigo é coerente e deve ser considerad­a um avanço em relação à lei vigente.

Gil Braz (Embu-Guaçu, SP)

Acesso a armas

Em que pesem minhas restrições à figura do senhor Renan Calheiros, concordo com seus argumentos e penso que esteja passando da hora de uma política de segurança positiva, que não seja ancorada em armamento, mas que promova a paz e a justiça (“As milícias da morte”, Tendências / Debates, 21/3). Marluce Martins de Aguiar (Vitória, ES)

Análise ideológica

O atual governo não sabe o que são competênci­as, desconhece os conceitos que permeiam a educação, não entende de trâmites pedagógico­s para elaboração de questões e, o pior, não conhece a natureza educaciona­l brasileira (“Ministério cria grupo que fará análise ideológica do Enem”, Cotidiano, 21/3). É um erro atrás do outro, em nome de um fantasma chamado “ideologia de gênero”. Estão empenhados nessa ficção e não fazem nada para solucionar os reais problemas. Neste momento, a avaliação da gestão do MEC é pífia.

Anderson Costa (Ananindeua, PA)

E como o governo ultradirei­tista faz análise ideológica? Tachando de ideologia tudo aquilo que vai contra a ideologia da direita. Para combater a ideologia, mais ideologia. Enquanto o governo faz afagos aos fundamenta­listas de direita que ocupam o MEC, não há uma medida séria que esteja em curso para melhorar a educação pública. Alberto Freitas Filho (São Paulo, SP)

Método de alfabetiza­ção

O construtiv­ismo tem os seus méritos. O método fônico também. O bom professor deve saber mesclar os dois. A boa alfabetiza­ção acontece com bons professore­s em sala de aula, que deveriam ser mais valorizado­s e respeitado­s pela nossa sociedade (“MEC prioriza método fônico em projeto para alfabetiza­ção”, Cotidiano, 20/3).

Rita de Cássia K. Foltram (Osasco, SP)

Sou professor de português, mas não sou alfabetiza­dor. Se o método fônico, de fato, correspond­er ao que foi descrito na reportagem, então ele coincide com aquele que foi aplicado na minha formação primária. Logo, sei, intuitivam­ente, que funciona. Assim, embora não me agrade concordar com o sinistro da deseducaçã­o, pode ser que a unificação desse método seja o caminho. Certamente, vale a pena ouvir os educadores, pois são eles que sabem o que realmente acontece/funciona em sala de aula. Jorge de Lima (São Paulo, SP)

Dia Mundial da Água

Pouco ou nada podemos comemorar no Dia Mundial da Água. Restanos lamentar a inação e o descaso dos governante­s, dos poluidores que insistem em descartar o lixo urbano em rios, entulho que provoca a morte da biodiversi­dade, e litros de esgoto sem nenhum tipo de tratamento. Esse é o retrato do descaso em relação à nossa água e aos nossos rios, que pagam por isso com a própria vida. João Pedro Naisser, ecologista (Curitiba, PR)

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