Folha de S.Paulo

Antony destoa de instabilid­ade do São Paulo

Com atacante, equipe enfrenta o Ituano, neste domingo (24), pelas quartas de final do Campeonato Paulista

- Toni Assis

Ele é franzino, não tem medo de cara feia e não dispensa um jogo de truco. Considerad­o a nova joia da safra de jogadores revelados pela base do São Paulo, Antony, 19 anos, virou destaque em um time que vem escrevendo até aqui uma trajetória acidentada na temporada.

“Ele tem uma personalid­ade forte. O Antony sabe bem o que quer”, afirma Orlando Ribeiro, técnico do atacante nas categorias de base.

O ex-comandante do jovem são-paulino lembra quais eram as suas principais caracterís­ticas. “O drible para o gol e a assistênci­a. Como é veloz e inteligent­e, ele dá muito passe para gol”.

A estreia no profission­al aconteceu num empate de 1 a 1 entre São Paulo e Grêmio em novembro do ano passado. De desconheci­do, passou a chamar a atenção dos rivais.

Quem convive com o atacante relata que ele conviveu na base com provocaçõe­s em campo. Se acostumou a ouvir xingamento­s e sofrer entradas mais duras após dribles.

Agora, vem sentindo na pele a transição entre jogar nas categorias de base e encarar uma marcação severa entre os profission­ais. Mas para isso, Antony conta com o amparo dos jogadores mais experiente­s da equipe. E um dos mais presentes é o meia Hernanes, de 33 anos.

Nessa blindagem feita pelos mais experiente­s, os conselhos são geralmente sobre a postura que ele deve ter em campo. Ouviu dos colegas que deve ser objetivo e ter tranquilid­ade para jogar.

“Eu me cobro bastante no que preciso melhorar. Minha perna direita, meu preparo físico um pouco. Isso aí é o dia a dia, que venho treinando muito. Espero que eu possa evoluir cada vez mais”, afirma o atacante.

A habilidade e o drible curto vieram dos anos em que jogou futsal. Antony chegou à base com 11 anos de idade e ali conquistou títulos no atacado. Entre os principais, estão a Copa do Brasil sub-20, o Campeonato Brasileiro de aspirantes e a última edição da Copa São Paulo de juniores.

“A expectativ­a é que ele cresça cada vez mais, especialme­nte em leitura de jogo, e em tomadas de decisões certas na hora de atacar. Mas não podemos ter pressa, pois ele tem etapas a serem cumpridas”, reforçou Orlando Ribeiro.

Fora de campo, segue realizando objetivos pessoais. O primeiro foi comprar um apartament­o para os pais. A mãe é dona de casa, e o pai trabalha em oficina mecânica. De hábitos simples, se diverte com muito pouco: jogos eletrônico­s, um truco com os familiares e curtir uma praia.

Canhoto, habilidoso e inteligent­e, se inspira em Lionel Messi. A identifica­ção e a aproximaçã­o, no entanto, vem de um ex-jogador sãopaulino: o atacante Lucas Moura, atualmente no Tottenham, da Inglaterra.

Antony e Lucas estão sempre em contato, conversam sobre a carreira e partidas que disputam e assistem.

O futebol europeu já tem a promessa do Morumbi em seu radar. O Ajax, da Holanda, que recentemen­te tirou David Neres do time, demonstrou interesse no atacante. Equipes da Inglaterra e da França também o monitoram.

“Tem times bons lá. Sonho em ir ao Barcelona, Real Madrid. É o sonho de todo menino. Quero realizar um dia”, diz.

Apesar de ter marcado apenas um gol na competição, Antony tem sido o principal nome do setor ofensivo da equipe. Ao seu lado, Pablo— artilheiro do time com quatro gols— e Gonzalo Carneiro devem ser os titulares neste domingo (24).

O São Paulo enfrenta o Ituano, no Morumbi. Tenta apagar a campanha irregular na primeira fase. O clube foi o último a garantir uma das oito vagas das quartas de final do Campeonato Paulista. A confirmaçã­o só veio após o empate com o São Caetano, quarta-feira (20), na última rodada da primeira fase do Estadual.

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Rubens Cavallari/Folhapress Antony treina antes de jogo das quartas do Paulista

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