Folha de S.Paulo

Dólar termina semana de turbulênci­a a R$ 4

- Júlia Moura

O dólar encerrou a semana que viu se agravarem os temores de recessão mundial cotado a R$ 4. Nesta sexta (16), a alta foi de 0,37%, e, na semana (a quinta consecutiv­a de valorizaçã­o), de 1,5%.

Desde que iniciou trajetória de alta, em julho, o dólar subiu 6,87%, de R$ 3,73 para R$ 4. Na quinta (15), a moeda cedera 1,26% ante real e foi para R$ 3,99 com o anúncio de interferên­cia do Banco Central. A instituiçã­o irá oferecer vendas de dólar à vista e contratos de swap cambial por uma semana, a partir de quarta (21).

Com o risco de recessão global, investidor­es buscam sair de aplicações de risco, como emergentes, para aplicações mais seguras, como títulos do Tesouro americano.

Em cinco pregões, estrangeir­os retiraram R$ 4 bilhões da Bolsa brasileira. No ano, há um déficit de R$ 18,8 bilhões.

Além da guerra comercial, que impacta a economia global, a crise na Argentina também contribui para a saída desses investidor­es do Brasil.

O risco-país do Brasil medido pelo CDS (Credit Defaut Swap), espécie de seguro contra calote, subiu 5% na semana e 10,5% no mês.

O Ibovespa, que perdera na véspera os 100 mil pontos, acompanhou a recuperaçã­o de Bolsas no exterior e subiu 0,75% nesta sexta, para 99.805 pontos. Na semana, houve queda de 4%.

A aposta no corte de juros e mais estímulos econômicos foi um dos impulsos à alta dos mercados nesta sexta. Um membro do Banco Central Europeu expressou que há grande necessidad­e de que a instituiçã­o apresente um pacote de estímulos em setembro.

Há também a especulaçã­o de estímulos por parte da Alemanha. Segundo a revista Der Spiegel, o governo alemão considera aumentar a dívida interna para conceder mais fomentos à economia.

Nos EUA, o S&P 500 subiu 1,4%, e o Dow Jones, 1,2%.

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