Folha de S.Paulo

Da paixão pelos livros à luta por um mundo melhor

GUSTAVO CODAS FRIEDMANN (1959-2019)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

Entrega. É a palavra que define Gustavo Codas Friedmann na opinião de um dos filhos, o mestrando em filosofia Iuri Faria Codas, 31. “Mesmo muito inserido na política, ele nos passou conceitos de vida. O seu mote de vida era ‘entender o mundo para mudar o mundo’. Ele repetia a frase com frequência”, conta.

Gustavo era economista, consultor da Fundação Perseu Abramo, da Confederaç­ão Sindical nas Américas e do Colégio Latino-Americano de Estudos Mundiais, além de assessor de relações internacio­nais da CUT.

Ao longo da vida, teve forte atuação na política, principalm­ente internacio­nal. Foi diretor-geral Itaipu Binacional como representa­nte do Paraguai, país onde nasceu.

Defensor das causas sociais e da educação pública de qualidade, tinha na paixão pela leitura sua marca pessoal. Segundo Iuri, Gustavo deve ter comprado perto de 10 mil livros. Tinha quatro biblioteca­s e frequentem­ente doava livros a projetos sociais e biblioteca­s do Brasil e do Paraguai.

A poesia também ocupou um espaço da sua vida, mas o privilégio de conhecê-lo

como poeta ficou restrito à famíliaeao­samigosmai­síntimos.

Assim como as poesias, os episódios de humor próprio e inteligent­e eram compartilh­ados no âmbito familiar.

O esporte também teve seu lugar em sua vida. Gustavo foi lutador de caratê. Recentemen­te, era adepto da bicicleta.

Gustavo morreu dia 11 de agosto, aos 60 anos, de parada cardíaca. Ele foi encontrado morto por um dos filhos no apartament­o onde vivia em São Paulo. Além do legado na militância social e política, deixa a atual companheir­a e três filhos.

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