Folha de S.Paulo

Daniel Alves estreia com a missão de comandar São Paulo

Lateral vai atuar no meio de campo e terá a missão de comandar a equipe contra o Ceará, no Morumbi

- Bruno Rodrigues e Toni Assis

SÃO PAULO CEARÁ Às 16h, no Morumbi

Na TV: Globo (para São Paulo)

são paulo Após reunir mais de 40 mil pessoas no Morumbi em sua apresentaç­ão, Daniel Alves estreia pelo São Paulo neste domingo (18), às 16h, no Morumbi, contra o Ceará.

A última parcial de ingressos divulgada pela diretoria do clube, na quarta (14), era de 39 mil bilhetes vendidos.

Aos 36 anos, ele é o jogador com mais títulos oficiais na história do futebol. Foram 40 conquistas de expressão. Capitão do Brasil na conquista da Copa América deste ano, ele leva ao São Paulo a responsabi­lidade de liderar uma equipe que não levanta um troféu há sete anos.

O último foi a Copa Sul-Americana de 2012, contra o Tigre (ARG), no Morumbi.

Entre as expectativ­as criadas pela contrataçã­o de Daniel Alves, estão benefícios dentro e fora do campo. Além de reforçar o time com a qualidade técnica, a diretoria prevê ainda públicos mais expressivo­s para ajudar a turbinar o que resta da temporada do clube

Consagrado na lateral, ele inicia a sua passagem no São Paulo no meio-campo. No entanto, essa situação não é novidade na sua carreira.

No Barcelona (ESP), entre 2008 e 2016, atuou praticamen­te como um ponta, função permitida pela troca promovida por Pep Guardiola, que levou Messi da direita para o meio. Dessa forma, o brasileiro passou a ocupar o espaço do camisa 10 pela direita do ataque.

Na Juventus (ITA), em esquema consolido por linha de 3 zagueiros, jogou como ala, com liberdade para se juntar ao ataque. Foi assim que ajudou o time a chegar à final da Champions League de 2017, contra o Real Madrid (ESP).

Sob o comando do alemão Thomas Tuchel no Paris Saint-Germain (FRA), ganhou liberdade para se movimentar.

“O bom condiciona­mento que ele tem, aliado à experiênci­a, o torna mais útil jogando no meio. Além de participar mais do jogo, facilita também a comunicaçã­o. Na lateral você fica muito distante do resto da equipe”, afirma Evaristo de Macedo, técnico que lhe deu a primeira chance no profission­al, no Bahia, em 2001.

Com a presença de Daniel Alves, Cuca espera acabar com uma das suas principais queixas no São Paulo: a variação de intensidad­e que o time apresenta durante as partidas.

Espera-se que o estreante deste domingo melhore a marcação da equipe e determine os momentos em que pode aumentar a pressão ou ajustar o posicionam­ento.

Nos treinos da última semana, o lateral mostrou estar bem fisicament­e. Sem Hernanes, que sofreu lesão na coxa e deve ficar fora por um mês, Daniel terá a missão de ser o principal armador.

“O Dani treinava como jogava e agia da mesma forma toda a semana”, lembra Javier Chevantón, 39, uruguaio que atuou com o brasileiro no Sevilla. “Mesmo com a intensidad­e que jogava, treinava no dia seguinte com aqueles que não tinham entrado em campo no dia anterior.”

Na seleção brasileira, o jogador que vai usar a camisa 10 no São Paulo também experiment­ou o papel de meia.

“Tanto ele como o [lateral direito] Maicon eram muito ofensivos. Pela sua qualidade, ele podia atuar tanto avançado, como na construção de jogadas. Dependendo do esquema que o Cuca utilizar, ele pode muito bem jogar como um segundo volante pela direita e ajudar a armar o time por ali”, complement­ou Jorginho, que trabalhou com o Daniel Alves quando foi auxiliar de Dunga na seleção.

Ele cita como exemplo a final da Copa América de 2007, quando o reforço são-paulino entrou no lugar de Elano contra a Argentina e deu outro dinamismo à equipe. Ele fez um gol e deu passe para outro na vitória brasileira por 3 a 0.

O discurso é que o reforço já está entrosado no São Paulo, apesar do pouco tempo no clube. Sua apresentaç­ão oficial aconteceu no último dia 6.

“É importante [estar ao lado de um jogador como Daniel] porque ele é da minha posição e vai aumentar em muito o nosso patamar”, disse Igor Vinicius .

Na última semana, Cuca fez testes para imaginar onde pode escalar o reforço. Chegou a testá-lo na ala, sua posição de origem, apesar de saber que o escalaria no meio-campo diante do Ceará.

Para quem chegou ao clube enfatizand­o a identifica­ção com o São Paulo por ser o seu time de infância, Daniel sabe que terá como missão fazer a equipe ascender na tabela de classifica­ção do Campeonato Brasileiro, o torneio que resta nesta temporada.

“O São Paulo contratou um torcedor. Sonhei muito com esse momento e esse momento chegou. Só espero poder retribuir muito toda essa confiança”, afirmou.

Uma das razões divulgadas da sua aquisição pelo clube do Morumbi é ele ter escolhido voltar ao Brasil apesar de ter propostas de grandes clubes para continuar na Europa, onde estava desde 2002, quando foi comprado pelo Sevilla.

Em diferentes funções, a missão de Daniel Alves é melhorar os resultados do São Paulo no Campeonato Brasileiro. Isso a partir deste domingo à tarde, contra o Ceará, possivelme­nte em um Morumbi lotado.

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Rubens Cavallari-6.ago.19/Folhapress Daniel Alves ajoelha no escudo do São Paulo durante sua apresentaç­ão oficial, no Morumbi

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