Folha de S.Paulo

Menos fantasiosa que ‘Arquivo X’, série hit nos Estados Unidos estreia no país

‘Projeto Livro Azul’ é baseada em casos reais arquivados pelo governo americano na década de 1950

- Rodrigo Salem

los angeles Um brilhante astrofísic­o é recrutado pela Força Aérea americana para investigar milhares de casos de aparições de objetos não identifica­dos pelos Estados Unidos.A intenção do governo, porém, passa longe de divulgar a verdade para o público.

Se a descrição lembra a cultuada “Arquivo X”, não é por acaso. Afinal “Projeto Livro Azul”, nova série do canal History, é baseada nos casos verídicos que foram arquivados pelo governo americano entre as décadas de 1950 e 1960.

Seguindo a diretriz realista do canal, o programa, que estreou há uma semana no país, tenta sugar o máximo daqueles documentos, abertos ao público no início dos anos 2000.

“A verdade dos relatórios secretos é fascinante e podemos brincar com as perguntas nunca respondida­s por eles”, explica Sean Jablonski, roteirista e produtor da série.

É quando entra em cena o doutor J. Allen Hynek, vivido pelo ator Aidan Gillen, em seu primeiro papel desde que saiu de cena como o Mindinho de “Game of Thrones”.

Hynek foi um dos mais famosos estudiosos de OVNIs do mundo e serviu de consultor técnico de filmes como “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, obra de Steven Spielberg lançada em 1977.

“Sou da geração que ficou obcecada com ‘Contatos Imediatos’”, diz Gillen. “Interpreta­r o homem que inspirou Spielberg é como fechar um círculo.”

Na série criada por David O’Leary e produzida pelo cineasta Robert Zemeckis (“De Volta Para o Futuro”), Hynek é recrutado em 1952 para trabalhar no projeto clandestin­o com o capitão Michael Quinn (Michael Malarkey).

Inicialmen­te, a intenção era separar as estranhas ocorrência­s alienígena­s dos falsos relatos. “Até hoje há uma porcentage­m de casos que nunca foi esclarecid­a”, explica o ator.

Com o avanço das investigaç­ões, o governo americano da época começa a censurar as descoberta­s do astrofísic­o. “Ele sabia o que estava acontecend­o, mas preferiu ficar no projeto porque era um cientista”, acredita Gillen.

A distorção da verdade passou a ser função do general James Harding (Neal McDonough), que vira o antagonist­a da série. “O Projeto Livro Azul foi o primeiro veículo de propagação de fake news”, brinca McDonough. “Ele dissemina mentiras para, na sua visão, proteger o público.”

Nos dez episódios da série, Hynek e Quinn investigam aparições relatadas por militares, o encontro com um suposto alienígena numa fazenda na Virgínia Ocidental e até um programa secreto conduzido por ex-cientistas nazistas.

Divulgar a produção como uma história baseada em relatos reais oficiais foi um acerto. Ela virou um sucesso nos Estados Unidos, com uma audiência média de 3,5 milhões de espectador­es e já foi, inclusive, renovada para uma segunda temporada.

“Os OVNIs nunca saíram de moda. Temos relatos de aparições até hoje”, conta ele, embora admita que o fascínio não é o mesmo de quando viu “Contatos Imediatos” pela primeira vez. “Talvez os alienígena­s tenham se cansado da gente.”

Projeto Livro Azul

Aos sábado, às 22h30, no canal History

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Divulgação O ator Aidan Gillen em cena da série ‘Projeto Livro Azul’, exibida no Brasil pelo History

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