Templos de compras viram o mundo das experiências
Shopping deixa de ser centro exclusivo de compras para virar espaço de convivência e conveniência onde é possível mimar o consumidor com serviços, tecnologia, diversão e apelos a todos os sentidos
Os antigos centros de compras estão virando espaços com múltiplas soluções, onde o frequentador também resolve problemas do dia a dia, come e se diverte.
A última pesquisa do Frequentador de Shopping Centers, feita em 2018 pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), comprovou o que o mercado constata há tempos —para 63% do público, comprar não é a única motivação para ir ao shopping.
Nas palavras da gerente de planejamento estratégico da Abrasce, Gabriela Oliveira, trata-se de uma evolução: “A tendência é fruto das demandas de um novo perfil de consumidor urbano, que tem a vida acelerada e busca conveniência”, resume.
O Brasil está à frente até dos EUA, berço dos shoppings, no fortalecimento dessa tendência. Os shoppings americanos nasceram nos subúrbios, enquanto os brasileiros sempre foram um fenômeno urbano. Isso fez com que o mercado daqui tenha evoluído primeiro, segundo Luiz Alberto Marinho, diretor da consultoria GS&Malls.
Inicialmente vieram os restaurantes fora da praça de alimentação, as academias e os espaços de lazer. Agora, ele diz, vivemos a consolidação dessa tendência, a ponto de a expressão shopping center (centro de compras, em inglês) perder o sentido.
“Eles estão mudando até fisicamente. Tornam-se ambientes mais agradáveis, com iluminação natural, paisagismo, espaços ao ar livre e lounges”, afirma. Nesse cenário, oferecer um bom mix de lojas, cinema, boliche e parque de diversões indoor já não é suficiente para atrair o consumidor. Para começar, é preciso mimá-lo.
A Aliansce Sonae, que administra nove shoppings em cinco estados, entre eles os paulistanos Plaza Sul e Shopping Campo Limpo, criou um pacote tecnológico de serviços que podem ser acessados pelo celular.
Pelo WhatsApp, atendentes tiram dúvidas, checam a disponibilidade de produtos e fazem reservas. No aplicativo Chega de Filas, é possível registrar cupons fiscais nas datas comemorativas, enquanto o Onyo permite escolher, pedir e pagar refeições antes de chegar à praça de alimentação.
A conexão entre os mundos online e offline, avalia Gabriela, a gerente de planejamento estratégico da Abrasce, é uma das mais fortes imposições para os shoppings