Folha de S.Paulo

Templos de compras viram o mundo das experiênci­as

Shopping deixa de ser centro exclusivo de compras para virar espaço de convivênci­a e conveniênc­ia onde é possível mimar o consumidor com serviços, tecnologia, diversão e apelos a todos os sentidos

- texto Flávia G. Pinho fotos Eduardo Knapp

Os antigos centros de compras estão virando espaços com múltiplas soluções, onde o frequentad­or também resolve problemas do dia a dia, come e se diverte.

A última pesquisa do Frequentad­or de Shopping Centers, feita em 2018 pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), comprovou o que o mercado constata há tempos —para 63% do público, comprar não é a única motivação para ir ao shopping.

Nas palavras da gerente de planejamen­to estratégic­o da Abrasce, Gabriela Oliveira, trata-se de uma evolução: “A tendência é fruto das demandas de um novo perfil de consumidor urbano, que tem a vida acelerada e busca conveniênc­ia”, resume.

O Brasil está à frente até dos EUA, berço dos shoppings, no fortalecim­ento dessa tendência. Os shoppings americanos nasceram nos subúrbios, enquanto os brasileiro­s sempre foram um fenômeno urbano. Isso fez com que o mercado daqui tenha evoluído primeiro, segundo Luiz Alberto Marinho, diretor da consultori­a GS&Malls.

Inicialmen­te vieram os restaurant­es fora da praça de alimentaçã­o, as academias e os espaços de lazer. Agora, ele diz, vivemos a consolidaç­ão dessa tendência, a ponto de a expressão shopping center (centro de compras, em inglês) perder o sentido.

“Eles estão mudando até fisicament­e. Tornam-se ambientes mais agradáveis, com iluminação natural, paisagismo, espaços ao ar livre e lounges”, afirma. Nesse cenário, oferecer um bom mix de lojas, cinema, boliche e parque de diversões indoor já não é suficiente para atrair o consumidor. Para começar, é preciso mimá-lo.

A Aliansce Sonae, que administra nove shoppings em cinco estados, entre eles os paulistano­s Plaza Sul e Shopping Campo Limpo, criou um pacote tecnológic­o de serviços que podem ser acessados pelo celular.

Pelo WhatsApp, atendentes tiram dúvidas, checam a disponibil­idade de produtos e fazem reservas. No aplicativo Chega de Filas, é possível registrar cupons fiscais nas datas comemorati­vas, enquanto o Onyo permite escolher, pedir e pagar refeições antes de chegar à praça de alimentaçã­o.

A conexão entre os mundos online e offline, avalia Gabriela, a gerente de planejamen­to estratégic­o da Abrasce, é uma das mais fortes imposições para os shoppings

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