Brasil passa por ‘apagão de líderes’em grandes empresas
Executivos precisam saber atuar em um novo tipo de sociedade
OBrasil vive um apagão. Não de energia elétrica, mas de líderes que tenham currículo para conduzir com sucesso as grandes empresas do país neste século 21. As instituições de ensino do país oferecem cursos que abordam a gestão empresarial tanto na graduação como na pós, gente que sai apta para trabalhar em cargos de gerência e de diretoria, mas há um vácuo na formação de CEOs.
Pelo menos duas pesquisas relativamente recentes feitas com profissionais ligados a recursos humanos mostram que vivemos em um apagão de líderes. Em uma delas, realizada pela Ticket em parceria coma Empreenda ,66% dos participantes afirmaram que suas empresas não possuíam líderes suficientes para sustentar as estratégias de crescimento dos próximos cinco anos. Outra, feita pela Associação Brasileira de Recursos Humanos constatou que 63,6% dos entrevistados acreditam que as empresas não têm líderes suficientes para suprir as necessidades dos próximos três anos.
“Isso não ocorre somente no Brasil, mas em vários países”, diz Gilberto Guimarães, professor do MBA em Liderança Estratégica da Anhembi-Morumbi. “Não temos líderes bem preparados para encarar o mundo contemporâneo. Uma pessoa capacitada sabe lidar com o ambiente atual, da ‘economia da experiência’. Estamos em uma sociedade na qual o conhecimento é um dos ativos mais importantes.”
Guimarães cita como exemplos YouTube e Facebook. “O fator mais importante para o crescimento dessas companhias não foi o capital que elas tinham no banco, mas o conhecimento
de seus líderes.”
Os conceitos clássicos de liderança mudaram muito nos últimos 20, 30 anos. As empresas estão menos verticalmente hierarquizadas e há cada vez mais uma terceirização de tarefas e funções. Um dos papéis do líder deve ser o de montar estratégias adequadas para que as organizações sobrevivam com boa saúde e o de ter a capacidade de convencer os liderados de que essas estratégias são as melhores.
Para capacitar esse tipo de profissional, o curso da Anhembi-Morumbi tem disciplinas como monitoramento estratégico de ambientes; planejamento estratégico em marketing; gestão estratégica do conhecimento; gerenciamento de projetos, entre outras.
“São disciplinas que tentam antecipar o que vai ocorrer amanhã. Em gerenciamento de projetos, por exemplo, ensinamos metodologias ágeis, novas. Já em gestão estratégica do conhecimento, privilegiamos a importância de um conhecimento de mundo amplo, além de como isso influencia as pessoas”, diz Guimarães.
O MBA é novo e a primeira turma está prevista para começar os estudos ainda neste segundo semestre.
O conhecimento virou um ativo importante Gilberto Guimarães professor do MBA em Liderança Estratégica da Anhembi-Morumbi