Folha de S.Paulo

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Lava Jato

O cidadão honesto fica completame­nte estupefato ao constatar o grau de sofisticaç­ão do MPF para burlar as leis (“Lava Jato driblou lei para ter acesso a dados da Receita, mostram mensagens”, Poder, 18/8). Esses homens se encontram em condições de fiscalizar o cumpriment­o das normas legais? Absolutame­nte não. Se tivéssemos instituiçõ­es sadias, esse órgão já teria sido dissolvido, e seus integrante­s, julgados por crime de prevaricaç­ão. Maria Bethania Malato (Belém, PA)

Elliot Ness teve de driblar as leis americanas para prender Al Capone. É impossível prender corruptos sem usar alguma estratégia que fuja de algum drible nas leis. Infelizmen­te, a imprensa menospreza a atuação séria da Lava Jato para a construção de um novo Brasil. A Folha decepciona há muito tempo. Vanderlei Zanetti (São Paulo, SP)

O combate à corrupção deve ser feito subordinad­o à lei. Meios ilícitos utilizados para obter informaçõe­s de suspeitos são incabíveis, e seus autores merecem punição.

José William (Fortaleza, CE)

Onde está o profission­alismo da Folha, que insiste em publicar matérias com o objetivo óbvio de desmerecer o trabalho da Lava Jato? Essas reportagen­s se baseiam em dados coletados de forma totalmente ilícita ou, ao menos, por caminhos que ferem a ética.

Bruno Camacho (Curitiba, PR)

Governo Bolsonaro

Existe vida inteligent­e no agronegóci­o (“Não é só porque a Amazônia é nossa que devemos acabar com ela, diz pecuarista”, Ambiente, 18/8). O produtor sabe que preservar não é luxo, é necessidad­e. O respeito às medidas fitossanit­árias da Anvisa e congêneres é necessário para que seu produto tenha padrão exportação e não é “invencioni­ce” de burocrata. Mas o atual governo resolveu dar ouvidos aos especulado­res do campo.

Samuel Correa Duarte (Grajaú, MA)

O debate sobre as normas de manejo e utilização da Amazônia é parte inalienáve­l da soberania brasileira. Cabe exclusivam­ente aos brasileiro­s a elaboração de políticas para a região, fruto de debate nacional. Ricardo Martins Correa Cantanhede (São Paulo, SP)

É necessário que os produtores rurais consciente­s pressionem o governo por uma política real em defesa do meio ambiente. A primeira medida é tirar o ministro atual que demonstra todos os dias sua repulsa à natureza. Cleide Nunes (Maceió, AL)

Governo Doria

A reportagem “Doria deixa no papel maioria de suas promessas para segurança pública” (Cotidiano, 17/8) tem erro de lógica. Pela tese da repórter, o governo deveria cumprir todas suas promessas em apenas 228 dias, 16% dos 1.460 dias de quatro anos de mandato. A matéria esconde a queda de todos os principais índices de criminalid­ade: latrocínio­s (-36%); homicídios (-7%), entre outros.

Patrícia Paz, diretora de Comunicaçã­o da Secretaria da Segurança Pública

Resposta da repórter Thaiza Pauluze - A reportagem não propõe teses. Ela é uma aferição simples do que foi cumprido ou começa a ser. Quanto aos índices de violência, o texto cita, sim, a manutenção da redução de homicídios, uma das promessas feitas.

Colapso de investimen­tos

A equipe econômica tem uma linha lógica de trabalho e ministério­s importante­s, como Agricultur­a, Meio Ambiente e Infraestru­tura, estão alinhados com o desenvolvi­mento do país, mas os discursos erráticos, de caráter ideológico e sem conhecimen­to do presidente Bolsonaro estão atrapalhan­do (“Estudos indicam o colapso de investimen­tos no Brasil”, Mercado, 18/8). Alvaro Scheffer (Ponta Grossa, PR)

A crise financeira abre ótima oportunida­de para discutirmo­s os tais “direitos adquiridos”, expressão utilizada frequentem­ente por aqueles que recebem salários, benefícios e aposentado­rias absurdos. Saúde, educação e segurança constam da Constituiç­ão, mas os direitos daqueles que arcam com os privilégio­s são solenement­e ignorados.

Antonio Del Raso (Salvador, BA)

SUS

O texto de Drauzio Varella surge como um farol na escuridão (“Sem o SUS, é a barbárie”, Ilustrada, 18/8). Conhecer nossa história é fundamenta­l e, para isso, devemos ter a paciência de ouvir quem lá esteve. Obrigada por lutar pelo nosso SUS. Izabelli Lima Pinto (São Paulo, SP)

Trabalhei por 13 anos no SUS e, hoje, eu e minha família somos usuários. As imperfeiçõ­es não estão no desenho do sistema —inovador e audacioso, um exemplo de assistênci­a universal para o mundo—, mas na sua apropriaçã­o indevida por gestores que negociam cargos, verbas e transforma­m o direito à saúde num balcão de negócios.

Giane Maria de Souza (Joinville, SC)

É louvável o artigo do dr. Drauzio Varella. Entretanto há quem não concorde com essa defesa: aquele que está na fila há seis meses para uma consulta ou aquele que precisa esperar horas pela ambulância para ser removido para um hospital —isso se não for informado de que não há viaturas disponívei­s. Raul Agnello Moler (São Paulo, SP)

Otavio Frias Filho

Belíssimo memorial do amigo, do ganho em afinidade e intimidade intelectua­l (“Memória e presença de Otavio Frias Filho, por Eduardo Giannetti”, Ilustríssi­ma, 18/8). Paloma Fonseca (Brasília, DF)

Grande texto. Otavio deve ter sido uma pessoa incrível. Pena ter ido tão cedo.

Renato Almeida (Guarulhos, SP)

Literatura

Chegou em boa hora o belíssimo texto de Fernando Granato “A natureza poética de Manuel de Barros” (“Ilustríssi­ma, 18/8). Num Brasil polarizado, em que palavras nascidas em Brasília fazem ecoar leviandade­s e cafonices, no mesmo Centro-Oeste, na imensidão do Pantanal, nasceram palavras que reverberam elegância, leveza e sensibilid­ade. Impossível esquecer certos versos de Barros: “Meditei sobre as borboletas. Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas”. Paulo Fernando Campbell Franco (Santos, SP)

Quadrinhos

Adão Iturrusgar­ai foi perfeito (Ilustrada 17/8). Shakespear­e e Beckett fazendo escola. Tanto sir William quanto seu contemporâ­neo sempre anteviram em suas obras a comicidade permeando a tragédia, mas nem o mais ferrenho admirador de Samuel poderia imaginar que seu teatro do absurdo estaria em cartaz por estas plagas.

Cassio Antônio Leardini (Mauá, SP)

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