Folha de S.Paulo

Bolsonaro não tem com que se preocupar, afirma Fernández

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Em entrevista ao jornal La Nación, o candidato kirchneris­ta Alberto Fernández disse que buscará estabiliza­r a relação da Argentina com o Brasil, caso venha a ser eleito, após receber duras críticas de Jair Bolsonaro. “Eles (o governo brasileiro) não têm de se preocupar, porque não penso em fechar a economia”, afirmou.

“Para mim, o Mercosul é uma questão central, o Brasil é nosso principal parceiro econômico e vai seguir sendo. Se Bolsonaro pensa que vou fechar a economia e que, por isso, o Brasil terá de ir embora do Mercosul, que fique tranquilo. Não penso fazer isso. É uma discussão tonta.”

Em uma rede social, Bolsonaro escreveu que os argentinos estão sacando seu dinheiro em massa dos bancos “com o possível retorno da turma do Foro de São Paulo”.

Fernández criticou o ex-ministro argentino da Economia Nicolás Dujovne, demitido pelo presidente Mauricio Macri no sábado (17). Dujovne era um alvo constante de críticas da oposição, principalm­ente pelo fato de ter articulado a linha de crédito com o FMI de US$ 57 bilhões (R$ 228 bilhões).

“Ele pediu uma dívida em dólares, muito alta, que a Argentina não vai ter como pagar no prazo. Vai ter de ser renegociad­a”, disse Fernández.

A tensão entre Dujovne e Macri acentuou-se quando o então ministro opôs-se às medidas que o presidente estava tomando para aliviar a inflação e tentar reverter o resultado das eleições primárias. Para Dujovne, essas medidas podem fazer com que o FMI alegue um descumprim­ento do acordo com a Argentina, que exigia medidas de ajuste fiscal e cortes no orçamento.

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