Cartunista Art Spiegelman é censurado pela Marvel após menção a Trump
O lendário cartunista americano Art Spiegelman, ganhador do prêmio Pulitzer em 1992 pela graphic novel “Maus”, diz que a Marvel solicitou a retirada de uma crítica ao presidente Donald Trump de um texto encomendado a ele. A informação é do jornal britânico Guardian.
O texto solicitado iria compor a introdução do livro “Marvel: The Golden Age 1939-1949”, uma coleção que aborda do Capitão América ao Tocha Humana.
Nele, o autor fala como os jovens cartunistas judeus dos primeiros super-heróis tratavam de questões políticas como a Grande Depressão e a Segunda Guerra. Ele encerra o ensaio dizendo que “no mundo real de hoje o vilão mais maligno do Capitão América, o Caveira Vermelha, está vivo na tela e um Caveira Laranja assombra a América.”
Segundo Spiegelman, o contato com a Marvel foi feito pela Folio Society, editora britânica. Após enviar o ensaio, a editora informou ao autor que a Marvel “não está permitindo a suas publicações ter uma postura política”. Spiegelman afirma que lhe foi pedida a retirada da menção ao Caveira Laranja, uma referência a Trump. Em vez de fazer a alteração, ele preferiu publicar a íntegra do texto apenas no Guardian.
Ele também diz que recentemente descobriu que o atual presidente e antigo CEO da Marvel Entertainment, Isaac Perlmutter, é um antigo amigo de Trump.
O livro ganhou nova introdução, de Roy Thomas, editor da Marvel. A publicação está prevista para setembro.