Força-tarefa diz que apuração prossegue; citados negam ilícitos
Procurada pela Folha ,aLava Jato informou, em nota, que a denúncia de abril “teve por objeto empresas e pessoas em relação às quais havia prova robusta dos crimes e de sua autoria”.
Segundo a força-tarefa da operação, “a investigação prossegue” em relação às demais empresas e pessoas “sujeitas à competência da Justiça Federal no Paraná”.
Os procuradores não informaram se Paulo Guedes, seu irmão ou algum outro representante da GPG são alvos dessas apurações. Também não responderam se o caso foi remetido para alguma outra unidade do MPF, a exemplo da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Os advogados de Paulo Guedes informaram que desde dezembro de 2018 ele
se retirou de atividades empresariais, “como a lei impõe aos ocupantes de cargos públicos”.
“Vale destacar ainda a legalidade e correção da atuação das empresas das quais foi sócio antes de assumir o cargo público”, disseram.
Gustavo Guedes pediu que a Folha entrasse em contato com os advogados do irmão.
A TPI afirmou que Guedes integrou seu Conselho de Administração de junho de 2007 a agosto de 2008 e que, naquela época, a legislação exigia que os conselheiros fossem acionistas. O ministro “se desfez da ação” quando deixou o colegiado.
Sobre a Operação Integração, a TPI informou “que tem prestado as informações solicitadas pelas autoridades”.
A advogada de Nasser, Nicole Trauczynski, afirmou que a empresa de seu cliente obteve das contratantes, entre elas a GPG, valores lícitos, por serviços efetivamente prestados.
“Todos os recursos recebidos pelo senhor Carlos Nasser da empresa GPG foram devidos em razão da indicação e da montagem dele da equipe econômica que comandou o IPO da Triunfo.”
O advogado de Leonardo Guerra, Rodrigo José Mendes Antunes, negou que seu cliente “tenha participação em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa”.
“Leonardo admitiu, no entanto, a realização de emissões de notas fiscais inverídicas no intuito de gerar dinheiro para pagamento de horas extras, ante a realização de um TAC [acordo] com o Ministério Público do Trabalho, a fim de burlar referida fiscalização”, afirmou ele.
Segundo o advogado, seu cliente disse ter repassado dinheiro a Hélio Ogama, mas sem saber que se destinava a agentes públicos.
O advogado de Ogama, Gabriel Bertin, afirmou que seu cliente fez colaboração premiada com a Lava Jato e, em razão disso, não comentaria.