Subprocurador disse que democracia era ‘verdadeiro embuste’
Num texto publicado em 2014 em uma revista de direito, o subprocurador da República Antonio Carlos Simões Martins Soares, chamou a democracia de “um verdadeiro embuste” e disse que a maioria dos meios de comunicação só a defende “mais por interesses próprios do que por convicção ideológica”.
Intitulado “A farsa da democracia”, o texto de Soares divulgado pela revista Justiça & Cidadania afirma que “a democracia tal como é hoje praticada nos países ocidentais e imposta ao resto do mundo como modelo de regime político se apresenta como um verdadeiro embuste”.
“A começar pelo acesso aos mandatos eletivos, passando pelo espaço nos veículos de comunicação, a disputa entre candidatos se mostra inteiramente desigual”, escreveu Soares, que na época ocupava o cargo de procurador regional da República no Rio —hoje ele está na PGR, em Brasília.
O procurador diz, no texto, que “o acesso e a manutenção do poder nas democracias ocidentais depende decisivamente do desempenho da mídia nos períodos eleitorais”.
Para ele, “dessa interação espúria entre eleitos e a imprensa audiovisual nasce uma relação de cumplicidade, tornando ambos parceiros inseparáveis do jogo político”.
Em outro texto para a mesma publicação, intitulado “A inefetividade das leis”, Soares afirma que “nosso corpo de legisladores”, em referência ao Congresso, “nem é dado à reflexão e muito menos guiado pelo interesse público”.
Em linhas gerais, ele afirma que muitas leis não são cumpridas no Brasil porque seriam malfeitas e que “nunca foi tão importante em nossa história republicana questionar a lei como resposta aos conflitos sociais e interpessoais”. Ele escreveu o artigo no primeiro ano do governo Dilma Rousseff (2011-2016).