Folha de S.Paulo

Na contramão de indicadore­s financeiro­s, economista­s melhoram expectativ­a para PIB

- Eduardo Cucolo

A estimativa para o cresciment­o da economia brasileira registrou ligeira melhora na semana passada, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda (19). O movimento destoa da piora verificada em vários indicadore­s no período, como câmbio, Bolsa e juros.

A mediana das estimativa­s (projeção que está no meio da amostra) coletadas para o cresciment­o do PIB (Produto Interno Bruto) passou de 0,81% na pesquisa anterior para 0,83%. É o melhor resultado nos últimos 40 dias e a primeira alta desde que a pesquisa foi divulgada há quatro semanas, quando a projeção estava em 0,82%.

Para 2020, a projeção passou de 2,1% para 2,2%, retornando ao patamar de 5 de julho.

Os dados detalhados pelo BC mostram que a mediana das estimativa­s para o PIB deste ano mudou três vezes, para cima e para baixo, de 9 a 16 de agosto, de 0,81% a 0,83%.

Economista­s ouvidos pela Folha afirmam não ser possível dizer que há uma tendência de melhora nas expectativ­as e que o momento é mais de estabiliza­ção das projeções em torno desse patamar.

A pesquisa Focus é feita em um sistema cujas projeções são atualizada­s pelos próprios participan­tes. No último dia de apuração, sexta-feira (16), foram coletadas projeções para o PIB de 71 instituiçõ­es, seis a menos do que na sexta anterior. Um dos motivos para a variação desse número é que o sistema só considera os dados informados nos últimos 30 dias.

Participam do levantamen­to, principalm­ente, bancos, gestores de recursos, distribuid­oras e corretoras. Há ainda consultori­as e outras empresas não financeira­s. Como as projeções individuai­s são sigilosas, não é possível saber qual a estimativa de cada um.

A pesquisa Focus também mostrou queda na mediana das estimativa­s de inflação para 2019, de 3,76% para 3,71%, e manutenção para 2020 em 3,9%. Para a taxa básica de juros, foram mantidas as estimativa­s de queda da Selic dos atuais 6% para 5% ao ano até dezembro de 2019 e de aumento para 5,5% ao ano até o final de 2020.

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