Se estiver errado, será punido, diz Covas sobre fiscal suspeito
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta segunda (19) que um fiscal milionário e suspeito de ter cobrado propina será punido exemplarmente “se estiver errado”.
O agente vistor Jorge Tupynambá Reis Telles Ferreira Filho, 53, acumulou um patrimônio na casa de R$ 12 milhões, com quase 40 imóveis em seu nome ou no de uma empresa ligada a ele, segundo levantamento feito pela Folha publicado no domingo (18).
Tupynambá também é alvo de inquérito patrimonial da corregedoria da prefeitura e foi citado por suposta cobrança de propina de um empreendimento comercial na zona sul.
Covas afirmou que a prefeitura não “é pautada pela imprensa” e que já tinha tomado “medidas cabíveis” em relação ao assunto. Apesar de suspeito, Tupynambá continua na ativa na Subprefeitura de Jabaquara.
“Não pode antecipar a penalização de ninguém porque é preciso percorrer todas as etapas que o processo administrativo requer”, disse. “É preciso garantir às pessoas a defesa. Se ele tiver errado vai ser punido exemplarmente, mas, de repente, ele está certo e você já julgou ele de forma precipitada”, disse Covas.
O funcionário afirma que seu patrimônio foi todo declarado à Receita Federal e diz desconhecer denúncias sobre propina.
Fiscal da prefeitura desde 1989, começou a adquirir bens a partir nos anos 1990 e decolou no mundo dos imóveis nos últimos dez anos. Apenas entre 2008 e 2015 ele declarou ter pago R$ 4,4 milhões em 17 imóveis, o equivalente a 31 anos de seu salário líquido. Os valores declarados estão abaixo da cotação do mercado, hoje em torno de R$ 7 milhões.
O trabalho de um agente vistor como Tupynambá, com formação em engenharia, consiste em checar desde calçadas a itens que afetam obras maiores.
Tupynambá afirmou à Folha que é alvo de processo de sindicância patrimonial em curso na prefeitura, “no qual foram prestados todos os esclarecimentos a quem de direito”.