Folha de S.Paulo

Ação de Bolsonaro contra Folha não procede, diz PGE

- Catia Seabra

A Procurador­ia-Geral Eleitoral considerou improceden­te ação da chapa do então candidato Jair Bolsonaro no TSE contra a Folha por reportagem segundo a qual empresário­s impulsiona­ram campanha anti-PT pelo WhatsApp.

Desgostoso com a política, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) acaba de lançar a mãe, Rogéria, para disputar uma vaga na Câmara Municipal do Rio de Janeiro nas eleições do ano que vem.

Após avisar a aliados que não pretende concorrer à reeleição, Carlos se dedica a impulsiona­r os perfis da mãe nas redes sociais. Além de divulgar Rogéria em suas páginas, ele orienta a assessoria dela.

Segundo interlocut­ores, é ele quem coordena a pré-campanha da mãe nas redes, em que a foto de Rogéria é acompanhad­a por inscrições em rosa e lilás. No material idealizado por Carlos, Rogéria usa o sobrenome do ex-marido e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).

Essa seria uma maneira de reparar Rogéria: em 2000, a pedido do pai, Carlos concorreu contra a própria mãe e se elegeu vereador aos 17 anos.

Separada de Bolsonaro havia três anos, Rogéria buscava seu terceiro mandato na Câmara de Vereadores. Mas não chegou a um terço da votação de seu caçula.

Desde junho deste ano, ela ocupa um cargo na assessoria parlamenta­r do deputado Anderson Moraes (PSL) na Assembleia Legislativ­a do Rio.

Mãe também do senador Flávio (PSL-RJ) e do deputado Eduardo (PSL-SP), ela confirmou por rede social, em junho, que assumiria o cargo comissiona­do e que seu salário seria de cerca de R$ 7.300.

“Hoje inicia-se mais uma etapa de minha vida sendo assessora do deputado estadual Anderson Moraes. Sempre dentro da legalidade, espero bem servir à população do RJ. Obrigada a todos pela compreensã­o”, publicou na época.

Nas contas de seus aliados, Carlos poderia se eleger e garantir a eleição da mãe se estivesse disposto a concorrer no ano que vem. Mas o vereador tem repetido que não pretende se candidatar — muito menos pelo PSC.

A amigos o vereador tem manifestad­o a intenção de se mudar para Santa Catarina, afastando-se da política. Aliados torcem para que sua decisão não seja definitiva e que ele se valha de uma janela para trocar de sigla, lançando-se ao sexto mandato.

Há alguns dias, Carlos afirmou, nas redes sociais, que “ser vereador não deveria se resumir somente entender sua cidade, mas o país que nos cerca para que possamos assimilar cada vez mais as pessoas que depositara­m confiança em você”.

“Acredito nisso e nada me fará agir diferente”, escreveu.

Ele também elencou ações de seu mandato, sob o título “o trabalho do vereador Carlos Bolsonaro que muitos fingem não saber para somente nos desacredit­ar”.

Entre os itens, o voto contrário ao aumento do IPTU e à compra de carros para vereadores. Ele também exaltou o fato de ter se posicionad­o contra o desconto nas passagens exclusivo para estudantes com carteirinh­a emitida pela UNE (União Nacional dos Estudantes).

“Ser vereador não deveria se resumir somente entender sua cidade, mas o país que nos cerca para que possamos assimilar cada vez mais as pessoas que depositara­m confiança em você Carlos Bolsonaro vereador (PSC)

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@rogeriabol­sonaro/ Instagram Rogéria e o filho Carlos, em campanha no Rio

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