Folha de S.Paulo

Itaú Unibanco não descarta PIB em queda no terceiro trimestre

- Eduardo Cucolo

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, afirmou que a instituiçã­o mantém a projeção de cresciment­o do PIB de 0,5% no segundo trimestre, mas não descarta a possibilid­ade de queda da atividade no terceiro. Ele disse que os dados do trimestre atual representa­m apenas 15% dos indicadore­s a serem divulgados, mas que não há sinais de aceleração da atividade.

Apesar da piora no cenário externo, a instituiçã­o não vê motivos para alterar suas projeções de cresciment­o para 2019 (0,8%) e 2020 (1,7%).

O banco calcula que a crise argentina possa tirar 0,2 ponto percentual do PIB brasileiro, mas que esse efeito é compensado pela injeção de recursos do FGTS. Já a desacelera­ção das economias dos EUA e da China teria impacto maior sobre a atividade.

A instituiçã­o também considera a manutenção do dólar no patamar próximo de R$ 4,00 e afirma que alta recente é mais uma questão de força da moeda americana do que de fraqueza do real.

Sobre a reforma tributária, o Itaú considera que ela pode ser aprovada até o ano que vem, com melhora no ambiente de negócios, mas sem impacto no curto prazo sobre o cresciment­o do país.

Mesquita afirmou que há hoje uma “inflação de propostas” e que a existência de convergênc­ia entre elas é politicame­nte difícil. O economista não tem preferênci­a por uma proposta, mas gostaria de ver um sistema tributário mais simples, com um IVA nacional, como na PEC 45, que tramita na Câmara.

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