Sequestrador de Olivetto chega ao Chile após ser extraditado
O chileno Mauricio Hernández Norambuena, detido no Brasil desde 2002 por participação no sequestro do publicitário Washington Olivetto, chegou ao Chile na madrugada desta terça-feira (20) após ser extraditado.
O ex-guerrilheiro, de 61 anos, desembarcou em um voo da Força Aérea Chilena e, imediatamente, foi transportado para prisão de alta segurança de Santiago, a mesma da qual fugiu de helicóptero em 1996.
Segundo o juiz chileno Mario Carroza, Norambuena estava de bom humor e só queria descansar. Um grupo de pessoas o aguardava com cartazes que diziam: “Brasil tortura, Chile cala”.
Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou: “É nossa política cooperar com outros países e não dar abrigo a criminosos ou terroristas”.
Norambuena foi condenado no país pelo assassinato, em 1991, do senador Jaime Guzmán, um dos ideólogos da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), e pelo sequestro de Cristián Edwards, um dos filhos do dono do jornal El Mercurio.
Sob a alcunha de “Comandante Ramiro”, Norambuena foi líder da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR), grupo armado que lutou contra o regime militar no país.
Após escapar da cadeia no Chile, em 1996, foi detido em 2002 no Brasil pelo sequestro de Olivetto.
O publicitário foi sequestrado no dia 11 de dezembro de 2001 e passou 53 dias preso em um cômodo com 1 metro de largura por 2,5 metros de comprimento, em um imóvel no Brooklin, na zona sul de São Paulo.
Preso em 2002, Norambuena passou 16 anos em regime de isolamento no sistema prisional federal. No começo deste ano, ele foi transferido para o presídio de Avaré, no interior de SP.
O governo chileno pedia a extradição de Norambuena desde que ele foi encarcerado pelo sequestro.
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a extradição na época. Impôs, no entanto, uma condição: a pena de Norambuena tinha que ser comutada, de perpétua para no máximo 30 anos, seguindo as regras penais brasileiras.
O Chile nunca aceitou as condições. Mas, agora, o governo chileno teria se comprometido a não executar penalidades que não são previstas no Brasil, como a pena perpétua e apena de morte.