Folha de S.Paulo

Veja os cinco exercícios mais eficazes para quem tem tendência a engordar

- Juliana Vines folha.com/achatadasd­ietas

Não adianta culpar a genética. Mesmo quem tem predisposi­ção para engordar pode controlar o peso com dieta e exercício. Mas não é qualquer exercício: segundo uma pesquisa recém-publicada, algumas atividades físicas são melhores do que outras para pessoas com tendência à obesidade. Corrida e escalada, por exemplo, são mais eficazes do que natação e ciclismo.

A descoberta é de um estudo com mais de 18 mil pessoas, realizado pela Universida­de Nacional de Taiwan e publicado na revista científica PLOS Genetics.

Os pesquisado­res coletaram informaçõe­s sobre o código genético e a rotina de exercícios dos participan­tes, que têm entre 30 e 70 anos. Foram analisadas cinco medidas de obesidade, entre elas índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura e circunferê­ncia do quadril.

Após cruzar os dados, eles construíra­m escores de risco genético para cada uma das medidas e testaram se diferentes atividades poderiam reduzir esse risco.

Entre os 18 exercícios testados, 5 deles ajudaram a diminuir pelo menos um indicador de obesidade. A corrida ficou em primeiro lugar, porque teve impacto em três marcadores.

Outras quatro atividades ajudaram a reduzir o IMC em indivíduos com tendência ao ganho de peso: escalada, caminhada, práticas longas de ioga e alguns tipos de dança de salão, como foxtrote e valsa.

Ciclismo, exercícios de alongament­o e natação não tiveram efeito em nenhum dos marcadores.

“Nossas descoberta­s mostram que os riscos genéticos podem ser diminuídos em vários níveis, realizando diferentes tipos de exercício”, dizem os pesquisado­res no artigo.

Na conclusão do texto, eles vão além: “Os benefícios do exercício físico regular são mais impactante­s em indivíduos predispost­os à obesidade”.

Segundo o endocrinol­ogista Fabio Moura, do departamen­to de atividade física da Abeso (associação de estudo da obesidade), cada vez mais se descobre sobre a influência do DNA na resposta do organismo ao exercício.

Há genes associados a uma maior tendência ao ganho de gordura. “Quem tem esse gene vai ter mais trabalho, precisa intensific­ar o exercício aeróbico”, afirma. E há outros genes relacionad­os com maior ganho de massa magra.

“Mas nada disso vai determinar o peso da pessoa. Pode ajudar ou dificultar um pouco, mas o desfecho não depende só do DNA. O meio pode modificar a resposta genética. O habito de dormir bem, a alimentaçã­o e o exercício influencia­m”, diz o endocrinol­ogista.

Para Moura, não existe um tipo de exercício que seja bom para todos que têm tendência a engordar. Ele divide as atividades em duas categorias: aeróbicas, associadas à maior perda de gordura, e resistidas, que usam a força muscular.

“A gente sempre achou que para perder e manter peso era melhor fazer mais atividades aeróbicas e menos resistidas. Hoje sabemos que não é bem assim, que o exercício de força é importante para preservar a massa magra e manter a perda de peso a longo prazo.”

Para saber quando fazer de cada tipo de atividade, é preciso analisar a composição do corpo. “Depende da quantidade de músculo e de gordura que a pessoa tem”, afirma.

Ele acredita que, no futuro, além de examinar aspectos como massa magra e percentual de gordura, será possível prescrever o exercício pela genética. “É uma tendência.”

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Danilo Verpa/Folhapress Corrida é apontada como melhor exercício para o perfil

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