Líderes separatistas da Catalunha são condenados a até 13 anos de prisão
madri e barcelona | reuters A Suprema Corte da Espanha condenou nesta segunda (14) nove líderes separatistas da Catalunha por sedição pelo papel em tentativa frustrada de independência em 2017.
Sedição é a conduta que incita pessoas a se rebelarem contra a autoridade do Estado e a aplicação da lei. Dos 9 condenados, 4 também receberam penas por mau uso de dinheiro público. As sentenças vão de 9 a 13 anos de prisão.
A pena mais longa foi para o ex-vice-líder do governo regional catalão, Oriol Junqueras.
Três outros réus que também eram julgados por envolvimento no plebiscito separatista e por uma declaração de independência de curta duração foram considerados culpados por desobediência. É uma irregularidade mais leve, que acarreta multa e proibição de ocupar cargos públicos, mas não leva à prisão.
Os 12 foram absolvidos da acusação mais grave feita pelo Ministério Público: a de rebelião, cuja pena chega a 25 anos.
E o grupo todo teve seus direitos políticos suspensos pelo período de duração das penas.
O chefe do parlamento regional, Roger Torrent, chamou o veredito de “ataque à democracia”. O presidente regional da Catalunha, Quim Torra, pediu “liberdade para os presos políticos”. Carles Puigdemont, demitido do cargo de chefe do governo regional da Catalunha, disse que as sentenças são uma “atrocidade”. Após a decisão, um novo mandado de prisão internacional foi emitido para ele, que se exilou na Bélgica para evitar ser preso.
Nas redes sociais, os líderes separatistas afirmaram que continuarão a luta. “Nove anos de prisão não vão acabar com meu otimismo. A Catalunha será independente se persistirmos”, disse Jordi Sanchez, que. Ele era o líder do movimento popular da Assembleia Nacional da Catalunha (ANC).
Em Barcelona, protestos contra a condenação fecharam vias importantes e de acesso a pontos turísticos. A área da praça da Catalunha e o passeio de Gràcia ficaram bloqueados para veículos.
Com policiamento reforçado diversos locais, houve confronto entre manifestantes e agentes de segurança.
No aeroporto, o caos levou ao cancelamento de mais de cem voos, além do atraso de outros, enquanto manifestantes no reduto separatista de Girona queimavam pneus nos trilhos do trem, interrompendo a conexão de alta velocidade entre Barcelona e França.
Há muito em jogo na forma como a decisão do tribunal será recebida. Autoridades do país querem evitar qualquer condenação vinda do exterior que considere as sentenças como excessivamente pesadas.
O veredito desta segunda deve influenciar as eleições nacionais em 10 de novembro, a quarta da Espanha em quatro anos, e vai determinar a direção adotada pelos separatistas a partir de agora.