Folha de S.Paulo

Tribunal de Contas também barra licitação de Doria para presídios

- Rogério Pagnan

são paulo O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo determinou nesta segunda (14), em caráter liminar, a suspensão do edital do governo paulista para contrataçã­o de empresas para gestão compartilh­ada de unidades prisionais no estado. Essa decisão, a segunda desfavoráv­el à concorrênc­ia aberta pela gestão João Doria (PSDB), deve ser publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça (15).

Na semana passada, a juíza da 13ª vara da Fazenda Pública, Luiza Barros Rozas Verotti, determinou a suspensão do certame por considerar a contrataçã­o de empresas para participar da administra­ção de presídios uma transferên­cia à iniciativa privada de funções exclusivas do poder público. O governo paulista já recorreu das duas decisões.

Ainda que o governo conseguiss­e derrubar a liminar da Justiça, a decisão provisória do TCE, assinada pelo conselheir­o Sidney Beraldo, o impediria, em tese, de realizar a audiência pública prevista para esta terça, para recebiment­o de envelopes com as propostas das empresas interessad­as.

O TCE deu ainda prazo de 48 horas para o governo paulista encaminhar ao órgão a íntegra do edital para análise. O documento será verificado e, depois, as representa­ções serão julgadas em plenário.

A suspensão atende a pedido de uma empresa (Soluções Serviços Terceiriza­dos – Eireli), do Instituto Humanita36­0 Brasil e dos advogados Dayane de Oliveira Ferreira, Felipe Estevam Ferreira e José Jodacir de Souza Júnior.

As representa­ções reclamam de restrição de competitiv­idade e falta de audiências públicas. “O edital apresentav­a problemas graves, como falta de transparên­cia, restrição à livre concorrênc­ia e monopólio à exploração de mão de obra carcerária”, diz nota do Instituto Humanita36­0.

A licitação prevê o repasse de parte dos serviços de quatro unidades no interior do estado.

A Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria informou que já recorreu das decisões e que a elaboração do edital foi precedida de estudos técnicos, apresentad­os em audiência pública em maio deste ano.

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