Folha de S.Paulo

PAINEL DO LEITOR

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Aborto

Lamentável que um médico com acesso às evidências científica­s afirme que o aborto não é problema de saúde pública (“Ativismo pró-aborto”, Tendências/Debates, 14/10). Vivemos um momento muito perigoso, no qual pessoas se baseiam na misoginia para respaldar seu discurso. E um ginecologi­sta, que deveria estar ao lado das mulheres. Olimpio Barbosa de Moraes Filho, professor-adjunto da Universida­de de Pernambuco, presidente da Comissão de Pré-Natal da Febrasgo e membro da Câmara Técnica de Ginecologi­a e Obstetríci­a do CFM (Recife, PE)

O doutor Raphael Parente se esquece de citar que é delegado do Instituto Liberal de São Paulo, instituiçã­o devotada à pregação das ideias da direita. Seu artigo, como sua conhecida atividade na militância antidescri­minalizaçã­o do aborto, é, antes de tudo, ideológico. Seus argumentos “científico­s” não resistem a uma análise acadêmica séria. Sérgio Rosemberg, médico

(São Paulo, SP)

Um problema de saúde pública não é o aborto, mas a falta de maternidad­e e de paternidad­e responsáve­is. Homens e mulheres querem ter seu prazer sexual atendido, mesmo que não tenham se prevenido para isso. Há cerca de 44 mil pretendent­es à adoção no país, mas já existem crianças depositada­s nos abrigos esperando encontrar uma família para chamar de sua. Nos abrigos, essas crianças já não são filhas. Algumas delas jamais serão. Ivone Maria de Lima Jaime, membro do Grupo de Incentivo e Apoio à Adoção da Região de Ourinhos (Ourinhos, SP)

Militares

Muito me surpreende a Folha estampar na manchete de 14/10 “Número de militares sobe em 30 órgãos do governo”. Qual seria o problema? Não são cargos de confiança? E, sendo o presidente egresso da carreira militar... Sou leitora da Folha há 40 anos e não me lembro de ver tal levantamen­to em relação ao governo do PT e aos sindicalis­tas que ocuparam tais cargos. Silvana Lima Górniak (São Paulo, SP)

Regalias

Quero ver se essa cambada vai ter coragem de pedir que os lascados apertem o cinto ainda mais (“Presidente do STJ muda regra e amplia regalia de classe executiva para magistrado­s”, Poder, 14/10). Enquanto você, espoliado pagador de impostos, economiza para beber uma cerveja com um frango a passarinho no boteco, os superioris­tas bebem vinhos premiados e comem salmão. E são os maiores salários da República

Vicente Alfredo de Paula Rodrigues (Brasília, DF)

Santa Dulce

Os três maiores problemas do Brasil são o desemprego, o tráfico de drogas e a corrupção. Isso tudo leva à violência urbana, à desagregaç­ão familiar e aos péssimos serviços prestados pela administra­ção pública. E aí vem o arcebispo de Aparecida dizer, em pleno Dia de Nossa Senhora, que a direita é violência e ódio? Com isso, mostra desconheci­mento da realidade e falta de compromiss­o com os cidadãos e destrói alguma chance de a igreja ganhar credibilid­ade.

Andre Coutinho (Campinas, SP)

Folhinha

Adorei (“11 livros para ler antes de crescer”, Folhinha, 12/10). Agora fica faltando a lista de games para jogar antes de crescer.

Mario Bertini (Uberlândia, MG)

Produção cultural

Em relação ao texto de Ruy Castro de 13/10 (“A tutela do Estado”), lembro que, se, entre 1964 e 1985, boa parte da produção cultural vivia do mercado, esse não era o caso do cinema, que muito dependia da Embrafilme. A estatal, criada pelos militares, financiou filmes de 1969 a 1990, que, ironicamen­te, eram censurados ou mutilados pela censura do próprio regime. Alexandre Carvalho (Registro, SP)

Ciro

Ciro busca a sua consolidaç­ão junto ao amplo eleitorado (“Huck não tem experiênci­a; chega de mandar estagiário para a Presidênci­a”, Poder, 13/10). Com um discurso inquestion­ável e corajoso, deixa clara a sua meta de, antes de tudo, propor ao país um projeto factível, amplo e que tem pé e cabeça.

Robson M. Silveira (São Paulo, SP)

A Folha outra vez nos brinda com uma entrevista de um político ultrapassa­do, que insiste em ideias e conceitos que só produziram maus resultados no passado. Ciro só faltou dizer que se acha o único candidato viável à Presidênci­a em 2022. Antônio Carlos Romeu Fogaça

(São Paulo, SP)

CPAC

Que “comovente” a imagem de Onyx Lorenzoni afagando Eduardo Bolsonaro. Que lindo... Já a ministra Damares Alves parece uma Polyana com os óculos do Doutor Pangloss. O pior cego é aquele que não consegue enxergar a realidade. Quatro, oito, 12 anos... Que piada! (Governo Bolsonaro ‘vai dar tão certo que vamos ficar 4, 8, 12 anos’, afirma Damares”, Poder, 13/10). Ricardo Pedreira Desio (São Paulo, SP)

A conferênci­a conservado­ra tupiniquim do Cone Sul foi um fracasso. Em nada se assemelhou à sua suposta inspiração de 1974, que reuniu Nixon, Ford e Reagan. Frustração de público e agenda. Nem mesmo o presidente, que encarnaria a glória do evento, deu o ar da graça. Não passou de um convescote da militância e da imprensa bolsonaris­ta sobre base ideológica incerta. Jorge Neto (Areia, PB)

Saneamento

A narrativa sobre a privatizaç­ão do saneamento é reducionis­ta (Empresas de saneamento podem render até R$ 140 bi”, 13/10). Parte de um pressupost­o falso ao dizer que a privatizaç­ão levará substancia­is recursos ao setor. Desconside­ra a tendência mundial que aponta para o arrependim­ento de municípios que optaram pela privatizaç­ão. Afinal, saneamento é para investidor­es ou é um direito humano? Léo Heller (Belo Horizonte, MG)

Colunista

Antonio Prata é o bálsamo dos domingos. Suas colunas sempre são motivo de reflexão. Com “Nem toda unanimidad­e é burra” (Cotidiano, 13/10), não foi diferente. De fato, o mundo está vivendo em cima de “likes” e de “coraçõezin­hos”. Com isso alimentamo­s a mediocrida­de e a brevidade das coisas. O youtuber de hoje será um mero desconheci­do amanhã. Venha logo, meteoro! Adauto Levi Cardoso (Sorocaba, SP)

Popó

À época de Antonio Carlos Magalhães, muitas dessas figuras prosperara­m na política (Mônica Bergamo, Ilustrada, 13/10). Mas, para a tristeza de Popó, os tempos são outros. Daí sua decepção com a política. Mas a recíproca é verdadeira: a completa decepção da política com Popó.

Ricardo Mello (Goiânia, GO)

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