Folha de S.Paulo

No BTG, Guardia defende reforma administra­tiva

- Tássia Kastner

são paulo O economista Eduardo Guardia, ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer e agora presidente da gestora do BTG Pactual, afirmou que, se estivesse na equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro, apostaria primeiro na reforma administra­tiva e deixaria para uma próxima etapa a tributária.

“Você não consegue fazer tudo ao mesmo tempo. É difícil, complexo. Pega Previdênci­a, ficamos discutindo dois anos e não conseguimo­s aprovar. São quase três anos e meio discutindo um tema que é óbvio”, disse Guardia, sem citar as circunstân­cias que levaram ao atraso na reformulaç­ão da regras de pensões e aposentado­rias.

Em 2017, a reforma da Previdênci­a travou no Congresso após Temer perder força política com a divulgação de conversa considerad­a suspeita entre ele e o acionista da JBS, Joesley Batista, gravada pelo próprio empresário.

Guardia afirmou que a reforma hoje em tramitação no Senado, e apresentad­a pela equipe do titular da pasta, Paulo Guedes, traz uma economia maior que a proposta durante a sua gestão.

Para o executivo do BTG,foi correta a decisão do governo de priorizar a reforma da Previdênci­a para “trazer temas complexos”. “Se eu tivesse lá, [focaria a] administra­tiva primeiro”, afirmou.

Ele acrescento­u que a reforma tributária é mais complexa porque não existe consenso entre as propostas. “A gente sabe que ela não é neutra do ponto de vista de carga tributária. Vai ter ganhadores e perdedores”, acrescento­u.

Guardia disse ainda que o governo caminha na direção correta do ponto de vista econômico e que as incertezas estão na velocidade de adoção das medidas.

Ele se juntou ao coro dos membros do mercado financeiro que começa a colocar em suas projeções a queda da taxa Selic para 4% em 2020.

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