Folha de S.Paulo

Aliados de presidente apontam Warren como rival em 2020

- Fábio Zanini

são paulo A campanha à reeleição de Donald Trump já vê a senadora Elizabeth Warren como sua mais provável adversária na disputa de 2020, e o caminho para a vitória passa por associá-la a um termo que é quase uma ofensa para muitos americanos: socialista.

A avaliação foi feita por Mercedes Schlapp, 46, que foi diretora de Comunicaçã­o da Casa Branca de 2017 até julho e participou da Cpac, conferênci­a conservado­ra ocorrida sexta (11) e sábado em São Paulo.

“Elizabeth Warren é uma candidata da extrema esquerda, que tem a marca do socialismo. Se você olha para os independen­tes, olha inclusive para os democratas moderados, eles não gostam disso”, disse à Folha Mercedes, que ocupará a função de “conselheir­a-sênior” na campanha de Trump à reeleição.

“Trump tem a oportunida­de de dizer: ‘a economia está mais forte do que nunca, estamos enfrentand­o a imigração ilegal, e esses socialista­s vão mudar a direção e destruir a democracia dos EUA’.”

Na visão dela, o ex-vice-presidente Joe Biden, que vinha sendo apontado como favorito para ser o postulante democrata, está praticamen­te descartado. “O cenário é problemáti­co para ele.”

Nos EUA, a escolha dos candidatos a presidente é feita por meio de eleições primárias nos estados, que devem começar em fevereiro.

Segundo uma média de pesquisas divulgada na sexta pelo jornal The New York Times, Biden, da ala moderada do Partido Democrata, ainda se mantém à frente da esquerdist­a Warren (26% a 23%). Em julho ele tinha mais de 30%.

A controvérs­ia a que ela se refere é a ligação do filho de Biden, Hunter, com uma empresa ucraniana suspeita de corrupção. Em uma conversa telefônica com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, o líder americano pressionou para que a família do exvice-presidente fosse investigad­a, o que levou ao início do processo de impeachmen­t.

Mas o imbróglio também jogou luz sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo Joe Biden e seu filho. No domingo (13), Hunter anunciou que deixaria o conselho de outra empresa à qual é ligado, a chinesa BHR, administra­dora de fundos de investimen­tos.

“Agora mesmo há uma caçada por Hunter Biden, ninguém sabe onde ele está”, disse Matt Schlapp, 51, marido de Mercedes e presidente da União Conservado­ra Americana.

Para ele, o processo de impeachmen­t é preocupant­e, mas não em razão de algum crime que o presidente tenha cometido. “Estou preocupado no sentido de que é um processo em busca de um crime. Os democratas tentaram por dois anos e meio provar alguma ligação de Trump com a Rússia, e não conseguira­m. Estão tentando de novo agora.”

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