Com novas manchas, Salvador retira 22 t de óleo em 8 horas
Pelo menos 22 toneladas do produto foram retiradas de praias da capital baiana; santuário do peixe-boi, no litoral norte alagoano, fica ameaçado
Quase 400 agentes de limpeza foram deslocados para ajudar na remoção do óleo que chegou ontem a mais praias de Salvador. Em oito horas, foram retiradas ao menos 22 toneladas em um trecho de pouco mais de 1 km.
salvador Novas e maiores manchas de óleo apareceram em Salvador, e o número de pontos da capital baiana atingidos pelo derramamento, ainda de causa desconhecida, subiu para oito nesta quarta-feira (16).
Pelo menos 22 toneladas de óleo foram retiradas pela Limpurb (Empresa de Limpeza Urbana) de Salvador durante oito horas num trecho de pouco mais de um quilômetro, desde a praia da Pituba até a do Jardim dos Namorados. As manchas também chegaram até as praias de Jardim de Alá e Boca do Rio.
Entre quinta (10) da semana passada, quando o óleo surgiu em Salvador, e segunda(15), a cidade havia retirado apenas 37 quilos do produto. As praias do Flamengo, Stella Mares, Piatã e Jaguaribe foram as primeiras afetadas.
A limpeza começou com 80 agentes na manhã desta quarta, número que subiu para 375 depois que novas aparições foram comunicadas, segundo o presidente da Limpurb, Marcus Passos, que também faz parte do Centro de Comando Unificado de Incidentes.
Criado no dia 11, o centro é formado pelo Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), que faz parte da secretaria estadual do Meio Ambiente, pelo Ibama, pela Sudec (Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado) e pela Bahia Pesca.
Também fazem parte do grupo os Ministérios Públicos Estadual e Federal, os Institutos de Biologia e de Geociências da Bahia (UFBA) e prefeituras.
“O óleo [coletado] foi isolado em contêineres para ser encaminhado ao Ibama, que deverá dar uma destinação final Marcus Passos Presidente da Limpurb de Salvador
“Assim que surgiram os primeiros relatos, demos uma resposta rápida. O óleo foi isolado em contêineres para ser encaminhado ao Ibama, que deverá dar uma destinação final”, afirmou o gestor da Limpurb. De acordo com a Limpurb, por se tratar de uma substância densa, o material se mantém abaixo da linha da água do mar, o que dificulta o avistamento durante os sobrevoos feitos entre Salvador e Morro de São Paulo.
“Apesar de termos tido um pico de maré alta, vamos continuar o trabalho de limpeza agora à noite, nas praias com melhor iluminação”, disse.
Em Japaratinga, no litoral norte de Alagoas, uma extensa mancha de óleo surgiu na madrugada desta quarta (16).
Um sobrevoo feito pelo Ibama revelou que há também vários pontos da praia com o material, inclusive próximo ao santuário do peixe-boi, em Porto de Pedras. O Instituto Biota informou que técnicos da ONG foram até o local.
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que participou do sobrevoo, “aparentemente o estuário do peixe-boi não foi atingido, mas as praias do entorno foram”. Ele afirmou que a região já está sendo limpa.