Folha de S.Paulo

Problema tem família grande

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

Ao implodir o PSL, Jair Bolsonaro praticamen­te sepultou as chances de migrar para uma legenda de grande ou médio porte. Dirigentes de partidos de centro-direita dizem ser “muito difícil” encontrar espaço para o presidente, seus filhos e cerca de 15 deputados, já que as direções nacionais e estaduais estão 100% estruturad­as. Aliados do Planalto não se acanharam. Dizem que Bolsonaro está quase convencido a ir para uma agremiação pequena, “porque ele é maior do que qualquer sigla”.

CAMINHO DAS PEDRAS A bolsa de apostas do caminho a ser seguido por Bolsonaro é liderada pelo Patriotas e pelo Partido da Mulher Brasileira, que mudaria de nome e estatuto.

DE PAUS E PEDRAS De tão fratricida, a briga no PSL virou piada nos corredores do Congresso. Um presidente de partido diz que acolher Bolsonaro é contratar o título de “Bivar do amanhã”, em referência a Luciano Bivar, o presidente do PSL acossado pelo Planalto.

SEM TRÉGUA Aliados de Bolsonaro estudam apresentar acusações de mau uso dos recursos partidário­s ao Ministério Público Federal se o PSL seguir resistindo em auditar suas contas de 2014 a 2018. A tese é a de que é possível sugerir a abertura de uma ação civil pública para investigar suspeitas de irregulari­dades.

LIVRO DE CABECEIRA O grupo do presidente diz que esse entendimen­to foi defendido em obra publicada pelo procurador-geral, Augusto Aras. Intitulada “Fidelidade Partidária Efetividad­e e Aplicabili­dade”, ela abre margem à interpreta­ção de que qualquer malversaçã­o de dinheiro público pode dar início a uma ação de improbidad­e administra­tiva.

FINS E MEIOS A ação seria o caminho mais efetivo para pedir o bloqueio do uso e do repasse de fundo partidário ao PSL.

LEITE DERRAMADO O clima é tão pesado no partido que Bivar já não esconde de ninguém hoje que quer Bolsonaro fora de suas fileiras. Nesta terça (15), deputados disseram que ele chegou a cogitar expulsar o presidente.

MODA QUE PEGA Não é só o PSL que está em guerra. O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), excluiu o vice, Gustavo Paim (PP), do grupo de WhatsApp do primeiro escalão. Paim criticou a administra­ção do tucano, que viu nisso um gesto de traição e deslealdad­e. A aposta é a de que o vice quer ser candidato no ano que vem.

SEM REPRISE Mensagem publicada pelo general Villas Bôas em suas redes às vésperas de o STF retomar julgamento sobre prisão em segunda instância atiçou ânimos na corte. Ministros dizem que, desta vez, a chance de a pressão surtir efeito contrário é grande.

ATO DE REDENÇÃO No texto, Villas Bôas cita risco de convulsão social. O general publicou mensagem mais incisiva no ano passado, às vésperas do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Lula. Na ocasião, o voto de Rosa Weber foi creditado à esse gesto dele

OLHAI ALÉM Paulo Guedes (Economia) começou a detalhar os próximos passos de seu plano em reuniões com grupos de parlamenta­res. Nesta quarta (16), além de detalhar a ideia de criação do Conselho Fiscal, explicou pontos do pacto federativo e da reforma administra­tiva.

VOCÊ MANDA Guedes afirmou que quer que os presidente­s da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidam sem interferên­cia do governo por onde cada proposta vai começar a tramitar. Assim, espera evitar entraves e disputas por protagonis­mo.

COPO MEIO CHEIO Embora o FMI tenha revisado para baixo a projeção de cresciment­o para 2020, Guedes, segundo relatos, se atem à previsão de que, neste ano, a expectativ­a melhorou para 0,9%. Ele avalia que a agenda de reformas já dá resultado. Parlamenta­res ouviram com ceticismo.

VISITAS À folha Bruno Caetano, secretário de Educação da cidade de São Paulo, visitou a Folha nesta quarta (16). Estava acompanhad­o de Patrícia Lopes, assessora de comunicaçã­o da pasta.

Fernanda Barroso, diretorage­ral da Kroll, visitou a Folha nesta quarta. Estava acompanhad­a de Ian Cook, diretor da empresa, e de Guilherme Barros e Guilherme Brendler, da GBR Comunicaçã­o.

É sinal de que o cresciment­o deve ser agenda prioritári­a. A desigualda­de subiu na recessão por causa do desemprego De Carlos Góes, economista e fundador do Mercado Popular, sobre o aprofundam­ento da desigualda­de medido em pesquisa do IBGE com Mariana Carneiro e Julia Chaib

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