Folha de S.Paulo

Paulo Guedes cancela participaç­ão em reunião anual do Fundo

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washington O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou sua participaç­ão na reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacio­nal), que acontece esta semana em Washington, nos Estados Unidos.

A previsão era de que o ministro da Economia chegasse à capital americana na noite desta quarta-feira (16) para as reuniões do Fundo de quinta (17) a sábado (19), mas integrante­s do governo brasileiro afirmam que o representa­nte da equipe econômica agora será o secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo.

Ainda não há detalhes oficiais, porém, sobre a desistênci­a de Paulo Guedes de participar da reunião anual do FMI.

Aliados do ministro afirmam que ele decidiu se dedicar à articulaçã­o política para a aprovação das medidas econômicas que considera cruciais para o governo, como a reforma da Previdênci­a.

As propostas, porém, já caminham no Congresso há meses e causou estranhame­nto uma decisão com essa justificat­iva tomada na véspera da viagem.

Auxiliares afirmam que, de última hora, o ministro “sempre pode” mudar de ideia novamente, mas em sua agenda pública desta quarta já constavam outros eventos e reuniões com senadores em Brasília. A última delas, no Palácio do Planalto, com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Em Washington, Guedes faria o discurso de abertura de um evento na sextafeira (18), na Câmara de Comércio Brasil-EUA, onde falaria a empresário­s e investidor­es.

Intitulado “Brazil Economic Conference”, a reunião acontece há 20 anos e coincide com o encontro anual de outubro do FMI.

Estava marcada ainda uma recepção em homenagem a Guedes na residência oficial da Embaixada do Brasil em Washington.

Além de Troyjo, viajam aos EUA o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e o do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Eles já estavam previstos na comitiva brasileira mesmo quando a presença de Guedes ainda era confirmada.

Nesta terça-feira (15), o FMI divulgou relatório em que elevou a projeção do PIB brasileiro em 2019, mas afirmou que “mais precisa ser feito” em termos de reformas fiscais e estruturai­s para que o país entre de vez em uma rota de cresciment­o econômico.

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, afirmou que o Brasil “registrou alguma recuperaçã­o e melhora” nos índices econômicos este ano, com destaque para o avanço da reforma da Previdênci­a no Congresso.

No entanto, ponderou que as incertezas políticas que envolveram a negociação do projeto refletem de forma negativa nos números do país e que é preciso concluir as reformas para superar a crise.

“A reforma da Previdênci­a está em progresso. Isso é bom mas, isso posto, mais precisa ser feito”, disse Gopinath em entrevista coletiva em Washington.

“Esperamos que, com mais reformas, as perspectiv­as melhorem”, completou a economista-chefe do Fundo.

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