Folha de S.Paulo

Itália aprova imposto sobre gigantes da web a partir do ano que vem

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roma | reuters A Itália aprovou nesta quarta-feira (16) um novo imposto sobre empresas digitais, incluindo gigantes dos Estados Unidos, como parte do projeto de orçamento para 2020, uma medida que pode atrair ameaças de retaliação de Washington.

A taxa, a ser introduzid­a a partir do próximo ano, obrigará empresas como Facebook, Google e Amazon a pagar uma alíquota de 3% sobre suas transações pela internet, de acordo com o texto do projeto de orçamento.

Washington disse repetidame­nte que o imposto visava injustamen­te as empresas americanas.

Uma autoridade sênior dos EUA disse que o presidente Donald Trump estava pronto para ameaçar retaliar quando se encontrar com o presidente italiano, Sergio Mattarella, em Washington nesta quarta-feira.

O imposto italiano deverá render cerca de 600 milhões de euros por ano, disseram fontes à Reuters na segundafei­ra, enquanto Roma tenta encontrar receitas alternativ­as que permitirão evitar um aumento programado na tributação sobre consumo.

A Itália e outros membros da União Europeia reclamam há muito tempo sobre a forma como as gigantes da web obtêm grandes lucros em seus países, mas pagam apenas alguns milhões de euros em impostos a cada ano.

Mas a União Europeia até agora não concordou como um bloco sobre como tributar as empresas.

Por enquanto, as empresas podem registrar lucros em países com baixos impostos, como Irlanda e Luxemburgo, independen­te da origem da receita.

O plano da Itália está amplamente alinhado com as propostas da OCDE (Organizaçã­o para Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico), que na semana passada incentivou governos a redefinir suas regras tributária­s para taxarem as gigantes globais.

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