Folha de S.Paulo

Dido quebra hiato de shows e estreia no Brasil

Cantora muito conhecida na década de 2000, com os hits ‘White Flag’ e ‘Thank You’, ficou 15 anos longe dos palcos

- Lucas Brêda

são paulo Dido ficou quase 15 anos afastada dos palcos. “Pouco antes de voltar à estrada, eu pensava: ‘Será que ainda consigo fazer isso?’”, conta. “Faz muito tempo, esqueci como funciona. Mas, no primeiro show, já me sentia em casa.”

A cantora parou de se apresentar em 2005, logo depois do auge de sua bem-sucedida carreira (foram 35 milhões de discos vendidos até hoje). Na ocasião, mesmo com hits em rotação nas rádios, ela não chegou a cantar no Brasil.

Em novembro, Dido paga essa dívida. Ela toca em quatro capitais do país —São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro— entre os dias 2 e 8.

“Quando parei de fazer shows, não sabia que ia ser assim”, afirma. “Estava na estrada havia nove anos. Me sentia cansada, meu pai estava doente. Queria ver minha família, ter uma vida sobre a qual pudesse escrever. Na estrada, você fica longe da realidade.”

Dido estourou já com seu primeiro disco, “No Angel”, de 1999. Em 2003, já tinha dois hits de proporções mundiais, “White Flag” e “Thank You”. As baladas serenas e confiantes marcaram não só a carreira dela, mas todo o pop do começo dos anos 2000.

Foi nessa época que o rapper Eminem, em ascensão, usou um sample de “Thank You” em “Stan”, uma de suas músicas mais conhecidas até hoje. Curiosamen­te, o filho de Dido, nascido em 2011, se chama Stanley —mesmo nome do personagem-tema da música—, fato que ela nega ter relação com o hit de Eminem.

No clipe, um clássico da MTV, ela interpreta a namorada grávida de um fã obsessivo do rapper.

“É o tipo de coisa mágica que você nunca acha que vai acontecer”, a cantora recorda. “Sempre digo sim àquilo que é incomum. Quando me chamaram para fazer o clipe, falei que gostaria de tentar, mas nunca imaginava que tomaria essa proporção.”

No tempo em que ficou sem fazer shows, Dido não parou de compor e lançar discos. O primeiro dessa fase, “Safe Trip Home”, de 2008, refletia a morte do pai da cantora, com uma atmosfera obscura. “É sombrio e intenso. Não conseguia tocar aquelas músicas toda noite.”

O álbum que ela traz ao Brasil, “Still on My Mind” (2019), foi gravado em casa. É um mergulho mais fundo na música eletrônica, com resgate das batidas de trip-hop.

“Eu sabia o tipo de disco que queria fazer: algo bem simples, que eu gostasse de tocar ao vivo, com elementos do que estou ouvindo”, ela explica. “E queria que fosse todo eletrônico, com quase nenhuma guitarra ou violão.”

Sobre as influência­s atuais, ela cita a conterrâne­a AnneMarie, cujo maior sucesso, “2002”, é uma ode romântica à época em que Dido fez mais sucesso na carreira. Mas ela também cita Billie Eilish e Ed Sheeran como bons nomes do pop contemporâ­neo.

Na última década, o pop britânico se transformo­u, com nomes como Amy Winehouse e Adele acrescenta­ndo drama ao gênero, mas “Still on My Mind” parece refletir o estado de espírito atual de Dido.

“Estou fazendo shows simplesmen­te porque quero”, conta. “Amigos meus disseram que nunca me viram tão feliz no palco. Me sinto sortuda por poder tocar no Brasil.”

Dido

São Paulo: Credicard Hall, av. das Nações Unidas, 17.955.

Sáb. (2), às 22h. R$ 200 a R$ 700.

Belo Horizonte: Km de Vantagens Hall, av. Nossa Sra. do Carmo, 230. Dom. (3), às 20h. R$ 100 a R$ 600.

Curitiba: Teatro Positivo, r. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300.

Qua. (6), às 21h. R$ 270 a R$ 540.

Rio de Janeiro: Km de Vantagens

Hall, av. Ayrton Senna, 3.000.

Sex (8), às 22h. R$ 260 a R$ 700.

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Simon Emmett/Divulgação A cantora britânica Dido

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