Folha de S.Paulo

Caro cinéfilo,

- Sandro Macedo

Outubro sempre chega. E com ele o período mais aguardado do ano pelos cinéfilos de São Paulo, quando acontece a Mostra Internacio­nal de Cinema. Em duas semanas (fora o chorinho), a partir desta quinta (17), serão exibidos 327 filmes de 65 países.

Em sua 43ª edição, o evento ainda não demonstra sinais da crise pela qual passa o cinema nacional. Pelo contrário. A seleção de títulos brasileiro­s na Mostra é uma das melhores dos últimos anos, incluindo títulos como “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, “Três Verões”, de Sandra Kogut, “Abe”, de Fernando Grostein Andrade, e “Babenco”, documentár­io de Bárbara Paz que ilustra a capa deste especial. Todos eles, além do singelo “Turma da Mônica - Laços”, ganham sessões gratuitas em pleno Theatro Municipal.

Depois do sucesso do ano passado, a realidade virtual volta a ter relevância, com seleção que inclui “A Linha” (mais um brasileiro), um dos destaques do Festival de Veneza.

Como de hábito, longas premiados nos principais festivais do mundo também marcam presença, caso de “Sinônimos” (Urso de Ouro em Berlim) e “Parasita” (Palma de Ouro em Cannes), já considerad­o forte candidato ao Oscar de filme internacio­nal (o antigo estrangeir­o), representa­ndo a Coreia do Sul.

O principal homenagead­o do ano é o cineasta Olivier Assayas, que recebe uma retrospect­iva e apresenta sua mais recente produção, “Wasp Network”, com Wagner Moura, Penélope Cruz e Gael García Bernal no elenco.

Mas a Mostra também é o lugar para descobrir títulos como o francês “Tudo sobre Yves” (um músico que faz sucesso após gravar canções compostas por sua geladeira) ou o argentino “Chuvas Suaves Virão” (um vilarejo no qual todos os adultos ficam adormecido­s e as crianças precisam lidar com o dia a dia).

Também não faltam os nomes com os quais os mostreiros de plantão têm mais intimidade: irmãos Dardenne, Arturo Ripstein, Bruno Dumont, Mohsen Makhmalbaf e Werner Herzog lançam suas novidades.

E depois do sucesso do encerramen­to de 2018 com “Roma”, um dos filmes mais comentados dos últimos 12 meses, a Mostra repete a parceria com a Netfilix, que, desta vez, guarda para o fim “Dois Papas”, produção internacio­nal com a assinatura de Fernando Meirelles (olha o Brasil de novo).

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Divulgação Cena do longa argentino ‘Chuvas Suaves Virão’, de Iván Fund, em exibição na Mostra

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