Óleo atinge pontos turísticos na Bahia e em Alagoas
Ponto turístico de Salvador e Maragogi, no litoral norte de Alagoas, são afetados
As manchas de óleo que atingem boa parte da costa nordestina chegaram à praia de Ondina e à região do Farol da Barra, em Salvador. Também alcançaram as piscinas naturais de Maragogi, em Alagoas. A origem do vazamento ainda é incerta.
As machas de óleo continuam avançando pelo litoral de Salvador e, na manhã desta quinta-feira (17), chegaram às praias de Ondina e à região do Farol da Barra, no limite da entrada da baía de Todos-os-Santos.
Pequenas pelotas de óleo foram identificadas nas duas praias, que ficam em regiões de grande interesse turístico e junto a um dos principais circuitos do Carnaval.
Com o avanço das manchas, chega a 11 o número de regiões do litoral de Salvador já atingidas pelo óleo, abrangendo toda a faixa da orla atlântica.
Outras praias que já haviam sido atingidas receberam uma maior quantidade de óleo na manhã desta quinta. Foi o caso das praias de Stella Maris e praia da Pedra do Sal, em Itapuã.
“Estamos preocupados com essas duas áreas, pois o óleo chegou em uma textura mais líquida e está concentrado no meio das pedras, o que dificulta o trabalho de coleta”, afirma o secretário municipal da Casa Civil, Luiz Carreira.
Ele diz que é necessária uma ação rápida para evitar que os sedimentos voltem ao mar com o avanço da maré durante a tarde.
Animais dessas áreas têm sido atingidos. Na manhã desta quinta, um grupo de voluntários encontrou uma garça coberta de óleo na praia da Pedra do Sal. O animal foi socorrido e levado para ser higienizado e tratado na sede do do IMA (Instituto de Mamíferos Aquáticos).
Ao todo, 405 agentes da Limpurb, empresa municipal de limpeza urbana, estão atuando na retirada do óleo. Grupos de voluntários também tem ajudado na coleta do material.
Até a manhã desta quinta, foram retiradas das praias de Salvador 26 toneladas de óleo. Somente na quartafeira, foram 22 toneladas em apenas oito horas.
Os primeiros vestígios de óleo começaram a chegar a Salvador no dia 10, mas até então em pequenas quantidades. Antes desta quinta, haviam sido recolhidos apenas 37 quilos do óleo.
Em Alagoas, as manchas de óleo chegaram na quarta-feira (16) à praia de Maragogi, no litoral norte. Até o momento, 25 locais no estado foram afetados pelo produto.
Alagoas foi o quarto estado no Nordeste a ser atingido pelo óleo. A primeira praia afetada na região, em 7 de setembro, foi a de Japaratinga, que voltou a ser atingida por manchas em dois pontos diferentes também na quartafeira, segundo informações do Ibama.
No município de Japaratinga fica a APA (Área de Proteção Ambiental) Costa dos Corais, a maior unidade de conservação marinha do país. Por isso, 180 fuzileiros e um navio com mergulhadores devem trabalhar para verificar se houve impacto nos recifes de corais.
O governo de Alagoas enviou para a região kits com equipamentos de proteção individual como máscaras, luvas, peneiras e botas a serem distribuídos para os voluntários.
Ainda na quarta, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou ao lado do vice-governador, Luciano Barbosa (MDB), o litoral norte de Alagoas para conferir o estado das praias afetadas.
Durante a noite, voluntários participaram de um mutirão para remover o óleo da praia.
Até o momento, não se sabe a origem do óleo que surgiu no litoral da Paraíba em 30 de agosto e já atingiu praias dos nove estados nordestinos.
Análise feita pela Petrobras, Marinha e universidades do Nordeste, indica que o material é de origem venezuelana.
Pesquisadores especializados em correntes marítimas fizeram simulações de computador e chegaram a resultados que indicam que a origem está no alto-mar, a pelo menos 400 km da costa.
A Marinha diz que já foram empregados 1.583 militares, cinco navios e uma aeronave na contenção, neutralização e investigação das manchas.
Pelo menos 30 navios-tanque de dez países serão notificados para prestarem esclarecimentos. “A Marinha entrará em contato com as autoridades competentes dos países dessas bandeiras, com a Organização Marítima Internacional e com a Polícia Federal, visando elucidar todos os fatos”, diz nota da Marinha
O Ibama requisitou apoio a Petrobras para a limpeza das praias. A estatal é a responsável por contratar pessoas entre agentes comunitários e cidadãos locais para receberem treinamento e auxiliarem na limpeza dos locais atingidos. Não há, ainda, informações sobre o número de pessoas envolvidas nas ações.