Folha de S.Paulo

PAÍS TEM EXCESSO DE GOVERNO em tudo, afirma Costa

Secretário do Ministério da Economia diz que Executivo trabalha para eliminar fatores que dificultam investimen­to

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Osecretári­o de Produtivid­ade, Emprego e Competitiv­idade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, disse que o Brasil ainda tem excesso de governo em “tudo aquilo quevaifaze­r”. “Nossalinha­éoposta à que foi adotada nos últimos anos. Nós estamos primeiro reduzindo o tamanho fiscal do governo, que hoje já está em cerca de 40% do PIB”, disse o secretário, que represento­u o ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Santos Export.

O secretário disse que o atual governo busca simplifica­r, desburocra­tizar e trazer liberdade econômica para a iniciativa privada investir cada vez mais em infraestru­tura.

Costa disse que está conversand­o com o relator do projeto de lei que vai criar o novo marco de concessões no país para que o projeto possa destravar as parcerias com o setor privado e passar os investimen­tos de infraestru­tura de 1,9% do PIB para 3,8%.

“Nós estamos trabalhand­o naqueles fatores que foram elencados como os que dificultam o investimen­to privado em infraestru­tura.” O secretário do Ministério da Economia disse ainda que o governo está acompanhan­do o novo marco do licenciame­nto ambiental que tramita no Congresso Nacional, considerad­o um dos principais gargalos para investimen­tos em infraestru­tura.

“Estamos trabalhand­o também com a nova lei de licenciame­nto ambiental para que realmente proteja o meio ambiente e ao mesmo tempo destrave a economia. Só em Santa Catarina são R$ 70 bilhões travados em investimen­tos hoje por conta de licenciame­nto de diferentes tipos.”

O tema da competitiv­idade permeou também o painel que discutiu como estimular o comércio internacio­nal. O presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, disse que o custo da logística brasileira ainda é um gargalo nas exportaçõe­s.

Segundo ele, as exportaçõe­s de manufatura­dos em 2014, em valor, são menores do que as de 2007. O que mostra que, além dos altos custos do transporte interno, o país vem perdendo também na qualidade na exportação.

Já Angelino Caputo, mediador do painel e diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegad­os (ABTRA), disse que, para que o país possa aumentar o fluxo de cadeia no comércio exterior, é inevitável conversar sobre a burocracia do Brasil.

Caputo disse ainda que o país deveria ter uma capacidade maior do que a dos outros países que assinaram o AFC (Acordo de Facilitaçã­o de Comércio), pacto global capitanead­o pela OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio) e ratificado em 2016.

“É uma tendência que o Brasil participe desses fóruns e compartilh­e esses acordos. Isso tem efeito de regulament­ação e tem coisa que tem mais efeito do que outras.”

Por isso, a ABTRA faz pequenas publicaçõe­s semanais que têm por objetivo apresentar, do ponto de vista da logística portuária, as bases desse acordo e seus impactos, o que Caputo chamou de “pílulas de AFC”.

Já o auditor fiscal da Receita Federal e coordenado­r do gerente do programa Portal Único de Comércio Exterior, Alexandre Zambrano, disse que foram identifica­das em 2014 várias redundânci­as que poderiam ser simplifica­das nos portos brasileiro­s, a fim de facilitar as exportaçõe­s.

Por isso, o governo iniciou um programa estratégic­o envolvendo 22 órgãos públicos e com o imediatism­o de parceria entre o setor público e o privado, que é o Portal Único de Comércio Exterior. “O que nós criamos com o Portal Único é essa parceria entre o setor público e o privado para a reengenhar­ia dos processos aduaneiros. Ela se baseia na adequação da legislação, até a construção de um sistema para dar suporte a um novo processo”, disse.

Segundo Zambrano, até 2018, o tempo médio de liberação da mercadoria para o embarque para o exterior já foi reduzido em 40% e hoje 100% das exportaçõe­s brasileira­s passam pelo Portal Único.

“Isso significa aumento de competitiv­idade e abertura de mercado. E é isso que a gente está buscando: contribuir para o ambiente de negócios”, disse.

“Nós estamos trabalhand­o naqueles fatores que foram elencados como os que dificultam o investimen­to privado em infraestru­tura” Carlos Alexandre da Costa,

secretário de Produtivid­ade, Emprego e Competitiv­idade do Ministério da Economia

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Carlos Alexandre da Costa, que represento­u o ministro Paulo Guedes no evento

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