Folha de S.Paulo

País gera 157,2 mil vagas com carteira em setembro

Foram criadas 157 mil vagas formais; pela primeira vez no ano, todas as 27 unidades da federação tiveram saldo positivo

- Thiago Resende

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos, foram gerados 157.213 postos com carteira assinada em setembro —melhor resultado desde 2013. Pela primeira vez no ano, todos os estados tiveram aumento de vagas formais.

Mais uma vez, a reação do mercado de trabalho surpreende­u analistas e foi comemorada pelo governo. Foram geradas 157.213 vagas com carteira assinada no país em setembro.

O número superou a mediana das estimativa­s feitas por economista­s ouvidos pela agência Bloomberg de 129.902 postos formais.

O saldo é o melhor resultado para o mês desde 2013, quando foram criados 211.068 contratos de trabalho formais.

“Estamos mudando o Brasil para melhor”, escreveu Jair Bolsonaro no Twitter.

Na mensagem, ele destacou que o Nordeste foi a região que mais gerou emprego, com a oferta de 57.035 vagas.

Em agosto, quando foram criadas 125 mil vagas, o resultado do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) também foi acima do esperado. O levantamen­to mostra o comportame­nto do mercado de trabalho formal (com carteira assinada) na iniciativa privada.

Para o Ministério da Economia, a geração de empregos apresenta sinais de recuperaçã­o em compasso com a atividade econômica.

O desempenho é, na avaliação da Secretaria de Política Econômica, fruto da política econômica liberal do governo.

O balanço de contrataçõ­es formais vem se mostrando mais aquecido do que no ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, o saldo de vagas abertas é de 761.776, sendo que no mesmo período do ano anterior foram gerados 719.089 novos empregos com carteira assinada.

Durante sua live semanal nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que sua intenção é diminuir o desemprego no país para 10 milhões até 2022.

“A gente vai, se Deus quiser, terminar 2022 com menos de 10 milhões de desemprega­dos”, afirmou. Durante a campanha, a equipe de Bolsonaro prometia gerar 10 milhões de empregos.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), divulgados em setembro, apontam que o desemprego atinge 12,6 milhões de brasileiro­s. Por isso, o governo estuda medidas para estimular a criação de vagas formais de trabalho.

Tradiciona­lmente, o período entre agosto e outubro concentra a maior parte de contrataçõ­es de temporário­s para produzir as demandas das festas de fim de ano. Depois, principalm­ente em dezembro, o resultado costuma ser negativo por causa da dispensa desses trabalhado­res.

Mesmo assim, o mercado de trabalho em 2019, segundo o Caged, continua na tendência de superar o ano anterior.

Ao anunciar o resultado positivo de setembro, o Ministério da Economia ressaltou que, pela primeira vez no ano, todas as 27 unidades da federação apresentar­am aumento de vagas formais de trabalho.

Além disso, os dados mostram que sete setores geraram emprego em setembro. São eles: serviços (64.533 vagas), indústria de transforma­ção (42.179), comércio (26.918), construção civil (18.331), agropecuár­ia (4.463); atividade extrativa mineral (745) e administra­ção pública (492).

Após o Nordeste, região gerou emprego em setembro, os melhores resultados foram verificado­s no Sudeste (56.833 vagas), Sul (23.870), CentroOest­e (10.073 vagas) e, por último, Norte (9.352).

Os dados do Caged também dão uma amostra do nível salarial das contrataçõ­es.

A média na admissão em setembro foi de R$1.604,60, o que representa uma queda em relação aos R$ 1.616,60, número verificado em agosto e corrigido pelo índice de preços medido no mês. Em termos reais (levando em conta a inflação no período), houve uma redução de 0,74%.

Esse recuo foi puxado pelos setores de indústria de transforma­ção e de serviços industriai­s de utilidade pública.

Após 2 anos de alta, salário de trabalhado­r formal voltou a cair

Após dois anos de alta, o salário médio do trabalhado­r brasileiro formal voltou a cair em 2018, segundo o governo.

Trabalhado­res da iniciativa privada com carteira assinada ou que integram o serviço público receberam, em média, uma remuneraçã­o de R$ 3.060,88 no ano passado. Em 2017, essa média foi de R$ 3.075,33, em valor corrigido pela inflação no período.

O país interrompe­u uma sequência de aumento no salário médio dos funcionári­os formais iniciada em 2016, quando subiu de R$ 2.988,04 para R$ 3.011,56.

A queda de 2017 para 2018 foi puxada pela redução salarial no Sudeste, Sul e CentroOest­e. Houve alta na média das remuneraçõ­es no Norte e um sensível aumento (quase estabilida­de) no Nordeste.

O governo divulgou nesta quinta (17) a Rais (Relação Anual de Informaçõe­s Sociais) de 2018, que reúne dados do mercado de trabalho formal nos setores público e privado.

Os números mostram ainda que o salário médio da mulher correspond­eu a 85,6% do que ganha um homem.

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Carlos Ezequiel Vannoni/Agência Pixel Press/Folhapress Trator é usado para retirar óleo em praia de Maragogi (AL)
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Adriano Machado - 1º.out.2019/Reuters O secretário especial de Previdênci­a e Trabalho, Rogério Marinho

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