Folha de S.Paulo

Ministro diz que governo transforma provocaçõe­s em ações

Tarcísio de Freitas afirma que governo está trabalhand­o, mas que é necessário o protagonis­mo do setor privado para que o poder público se movimente

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OBrasil vive um grande momento para o setor de portos, segundo o ministro da Infraestru­tura, Tarcísio de Freitas. Momento em que a iniciativa privada ganha espaço, ao mesmo tempo em que o governo tenta resolver problemas de regulação e macroeconô­micos que afetam o setor.

Segundo Freitas, o sucesso nos recentes leilões de concessão – só no setor portuário foram 13 terminais concedidos neste ano, todos com interessad­os – mostra o apetite das empresas por ativos no Brasil. Mostra também que os ativos estão “densamente estruturad­os” para serem repassados ao setor privado.

Ainda de acordo com o ministro, a pasta vem trabalhand­o para reduzir as incertezas no setor, inclusive com a regulament­ação de normas, como o Decreto de Portos de 2017, o que vai dar mais segurança aos investimen­tos portuários.

Na cerimônia de abertura do Fórum Santos Export, o ministro afirmou que o governo também vai enfrentar outros problemas de ordem mais macroeconô­mica que afetam o setor, como a redução do risco cambial, do risco ambiental e uma menor taxação para os investimen­tos em infraestru­tura.

Freitas lembrou ainda que é preciso protagonis­mo do setor privado para fazer com que os órgãos públicos se movimentem para solucionar os problemas em todos os setores, inclusive o portuário.

“Governo nenhum resolve problema. Governos agem por provocação, em qualquer lugar do mundo. Temos sido provocados pelo setor privado, e temos procurado transforma­r essas provocaçõe­s em ações, em respostas”, disse o ministro.

O ministro também falou sobre o Porto de Santos, o maior da América Latina e que passa por uma reformulaç­ão administra­tiva.

“O Porto de Santos é e será por muito tempo o maior porto da América Latina. Estamos atentos às mudanças na logística do país para responder com inovações e seguir competitiv­os. Para cada movimento da logística que se volta para o Arco Norte, projeta-se uma melhoria, uma novidade para o Porto de Santos que fará com que ele continue importante”, afirmou.

Freitas lembrou que a nova gestão da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), gestora do porto, está reposicion­ando a empresa para a inovação tecnológic­a e a integridad­e de ações, modernizan­do o porto para o que ele chamou de etapa 4.0 de desenvolvi­mento.

Após os elogios, o ministro mostrou sua posição sobre o já anunciado processo de desestatiz­ação da Codesp, lembrando que a pasta segue “fã” do modelo landlord – o atual formato de gestão do porto, em que a estatal aluga áreas para privados operarem, mas mantém o controle da gestão do porto.

“Mas [somos fãs] do landlord que funciona”, afirmou Freitas. “[Somos fãs] do modelo que traga eficiência e que proporcion­e a realização dos investimen­tos”, disse. ¨Estamos buscando no mundo o melhor modelo de desestatiz­ação para o Porto de Santos”. Para o ministro, o momento é oportuno para um processo de desestatiz­ação, já que o Brasil é “a bola da vez” para os investimen­tos internacio­nais.

A cerimônia de abertura teve ainda a presença do senador Wellington Fagundes (PL-MT), presidente da Frenlogi (Frente Parlamenta­r da Logística e Infraestru­tura), do senador Lucas Barreto (PSD-AP) e do deputado Junior Bozzella (PSL-SP).

Bozzella anunciou que convocou audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o processo de desestatiz­ação dos portos do país e que quer discutir com o governo a mudança no modelo de landlord que, segundo ele, é adotado em todo o mundo com sucesso. “Dá certo em outros países, não tem por a que não dar aqui”, afirmou o deputado.

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Alessandro Dias/Estúdio Folha Tarcísio de Freitas durante a cerimônia de abertura do fórum

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