Folha de S.Paulo

Dedicou a vida à família e aos direitos dos estudantes

- Patrícia Pasquini

A personalid­ade forte de José Slinger sempre sobressaía para o bem. Por um lado, era revolucion­ário e batalhador; por outro, o melhor marido, pai e amigo com quem aqueles que o conheceram tiveram o privilégio de conviver.

No dia 11 de outubro, uma pneumonia tirou do direito o advogado Slinger, morto aos 87 anos. Filho de uma família simples, de imigrantes poloneses. Chegaram ao Brasil e recomeçara­m a vida do zero. Slinger chegou à faculdade de Direito da PUC, onde estudou entre os anos de 1953 e 1957. O bairro do Bom Retiro (centro de São Paulo) serviu de cenário para início da história de amor com a esposa. A união durou 67 anos.

Enquanto presidente da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaris­tas), lutou contra o aumento de taxas escolares. Foi preso e fichado no Dops(Departamen­todeordem e Política Social) como agitador, mas liberado por uma comissão de políticos comandada por Jânio Quadros.

“Meu pai conquistou a meia entrada para os estudantes. Era o orgulho dele”, conta a filha, a designer gráfica Silvia Regina Slinger Rettmann, 60. Segundo ela, o poeta Castro Alves o inspirava nos momentos de batalha.

Em 1959, recém-formado, Slinger foi à Nigéria, credenciad­o pela associação dos advogados para representa­r a entidade em um congresso de juristas africanos. Lá, o então presidente Nnamdi Azikiwe o recepciono­u. Quando completou 70 anos, lançou o livro de memórias, “Marcando um lugar no Mundo”. Até o ano passado, era integrante da comissão de ética da OAB.

José Slinger deixa esposa, três filhos, três netos e quatro bisnetos.

7º DIA

ARESIO MEIRELLES OLIVEIRA Neste domingo (20) às 11h, Igreja São Gabriel Arcanjo , av. São Gabriel, 108, Jardim Paulista.

EDUARDO DE SOUZA DIAS Neste domingo (20) às 10h, Capela São José do Instituto Meninos de São Judas, av. Itacira, 2.801, Planalto Paulista.

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