Folha de S.Paulo

Câmara aprova texto-base da reforma da Previdênci­a dos militares

- Thiago Resende

BRASÍLIA A comissão da Câmara que analisa a reforma da Previdênci­a dos militares aprovou nesta quarta-feira (23) o texto-base da proposta.

Na próxima semana, o colegiado se reunirá novamente para concluir a votação, pois ainda precisam ser analisados os destaques —trechos específico­s que serão examinados separadame­nte a pedido de partidos.

Em março, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) enviou ao Congresso o projeto que torna mais rígidos os critérios para que militares entrem na inatividad­e. Após pressão da categoria, base eleitoral do presidente, ele incluiu uma reestrutur­ação nas carreiras das Forças Armadas.

A estimativa do governo era que R$ 10,45 bilhões seriam economizad­os em dez anos consideran­do o endurecime­nto das regras de aposentado­ria e as benesses concedidas a integrante­s do Exército, Marinha e Aeronáutic­a.

O relator do projeto, deputado Vinícius Carvalho (Republican­os-SP), fez alterações na versão enviada por Bolsonaro. Mas, segundo ele, ainda está mantida a projeção de impacto fiscal.

Ele aliviou nos requisitos para quem ainda vai se aposentar e, em troca, previu aumento mais rápido da tributação paga pelos militares como forma de bancar as pensões.

Em relação à contribuiç­ão para o sistema de proteção social, o deputado sugeriu que a alíquota suba dos atuais 7,5% para 9,5%, em 2020, e para 10,5%, em 2021. A proposta original do governo previa um escaloname­nto para chegar em 10,5% em 2022.

A ideia do governo era que, para entrar na reserva, seria necessário completar os 30 anos de contribuiç­ão mais um pedágio de 17% sobre o tempo restante. Além disso, previa um mínimo de 30 anos de tempo de serviço militar, que seria exigido imediatame­nte, segundo técnicos do Ministério da Economia. Mas esse segundo critério foi suavizado.

O projeto prevê um aumento, de 30 anos para 35 anos, no tempo mínimo de serviço apenas para quem ainda ingressar nas Forças.

Parlamenta­res ligados à área de segurança pública articulara­m a inclusão de policiais militares e bombeiros na proposta de reforma da Previdênci­a dos militares.

O texto-base aprovado prevê que esses profission­ais seguirão as mesmas regras de aposentado­ria das Forças Armadas e pagarão as mesmas taxas de contribuiç­ão.

Essas categorias querem garantir o direito de aposentado­ria integral e que seja corrigida de acordo com os aumentos dados a quem está na ativa.

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