Folha de S.Paulo

Maia diz que debate do Fundeb trava se não for para o mundo real

- Angela Pinho

são paulo O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nesta segunda-feira (28) que ou a discussão do Fundeb (fundo de financiame­nto da educação básica) no Congresso vai para o mundo real ou vai travar e ficará para o ano que vem.

O fundo é o principal mecanismo de distribuiç­ão de recursos para a educação básica no país (da creche ao ensino médio). Responsáve­l por bancar mais de 40% do investimen­to em educação no Brasil e composto pela arrecadaçã­o de impostos estaduais e municipais, com uma complement­ação da União, o Fundeb vence em 2020.

A proposta que está em tramitação, relatada pela deputada Professora Dorinha (DEM-TO), prevê aumento da fatia da União de 10% para 40% até 2031. O objetivo é tornar o fundo permanente.

Foi contra esse ponto que Maia se pronunciou nesta segunda, em evento promovido pela organizaçã­o Todos pela Educação e pelo Itaú BBA sobre a relação entre produtivid­ade e educação.

Após mencionar deputados ligados à educação, Maia mencionou o Orçamento apertado do governo federal e afirmou: “Que a gente vá para dentro da comissão do Fundeb e diga [que] ou esse debate vai ser para o mundo real ou a gente trava tudo e vamos ver o que acontece o ano que vem, que é o pior dos mundos”.

Maia também reclamou do poder do lobby dos professore­s durante a votação da reforma da Previdênci­a.

“A notícia ruim é que o único setor que ainda está olhando para o passado e tem voto na Câmara dos Deputados é a ‘corporação professor’”, afirmou. “A gente conseguiu derrubar alguns mitos sobre a bancada da bala, bancada disso, mas na hora de votar o tema do professor nós não tínhamos voto.”

O presidente da Câmara citou ainda o ministro da Educação, Abraham Weintraub, com quem afirmou que a Casa tem “alguma dificuldad­e”.

Ainda sob o argumento de aumentar a eficiência dos gastos, disse que pediu à deputada Tabata Amaral (PDTSP) um diagnóstic­o sobre os gastos das universida­des federais no âmbito de grupo que analisa tirar as receitas próprias das instituiçõ­es do teto de gastos.

Estudo do Banco Mundial apresentad­o no evento aponta, com base em dados de atendiment­o e qualidade de ensino, que uma criança nascida no Brasil hoje terá, quando adulta, 56% da produtivid­ade que poderia ter caso tivesse uma educação e saúde adequada.

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