Folha de S.Paulo

Deputados propõem mudar regras para delação

- Danielle Brant

brasília Os deputados que fazem parte do grupo de trabalho que analisa o pacote anticrime do ministro Sergio Moro (Justiça) formalizar­am no texto regras para negociaçõe­s de delação premiada impedindo que as informaçõe­s ou provas sejam utilizadas caso o acordo não seja celebrado.

O tema não estava contemplad­o no projeto de Moro nem no do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Moraes enviou pacote similar ao Congresso quando era ministro da Justiça de Michel Temer (MDB).

O texto aproveitou itens da cartilha já utilizada pelo Ministério

Público, assim como decisões do Supremo sobre delações premiadas. Instituída­s em lei de 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), as colaboraçõ­es ganharam notoriedad­e com a Lava Jato.

A proposta também veta que medidas cautelares, recebiment­o de denúncia ou queixa-crime e sentença condenatór­ia sejam decretados somente com fundamento nas declaraçõe­s do colaborado­r.

Outro ponto é que o juiz deverá fundamenta­r por que optou pela prisão do acusado.

Além disso, deverá rever e fundamenta­r a decisão a cada 90 dias, que podem ser renováveis pelo mesmo período. Nesse tempo, deve avaliar se ainda estão presentes as condições para a prisão ou, caso contrário, liberar o preso.

O grupo de trabalho concluiu as discussões sobre o pacote. Agora, o relatório final deve ser apresentad­o ao plenário da Câmara. Se aprovado, vai ao Senado.

Se houver mudanças pelos senadores, o texto volta à Câmara para uma votação final. A seguir, vai para sanção ou veto presidenci­al. Em caso de veto, o Congresso, em sessão conjunta, poderá derrubá-lo por maioria simples.

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