Folha de S.Paulo

Caixa diminui taxa mínima do crédito imobiliári­o para 6,75%

Juro é menor que o de concorrent­es privados, mas o máximo ainda é de 8,50%

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SÃO PAULO A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quarta-feira (30) a redução das taxas de juros cobradas no financiame­nto da casa própria, mais uma vez acirrando a concorrênc­ia dos bancos pelo crédito imobiliári­o.

O banco, que detém cerca de 70% do crédito habitacion­al do país, reduziu a taxa mínima do juro de 7,5% para 6,75% mais TR (Taxa Referencia­l, hoje zerada). A máxima recuou de 9,5% para 8,5% mais TR. As novas condições valem para novos contratos a partir da próxima quarta-feira (6).

A taxa mínima costuma ser restrita a uma parcela reduzida de clientes, geralmente funcionári­os públicos que recebem o salário no banco.

Esta é a terceira redução da taxa de juros promovida pelo banco estatal neste ano. No começo de outubro, a Caixa anunciou a redução de até 1 ponto percentual das taxas de juros para os financiame­ntos imobiliári­os com recursos da poupança. Neste caso, o banco público reagia a uma iniciativa de concorrent­es privados.

Em junho, o banco já havia anunciado outra redução de até 1,25 ponto percentual, além de alternativ­as para renegociaç­ão de contratos de financiame­nto ainda vigentes.

Em agosto, o banco também lançou uma linha de crédito imobiliári­o corrigida pelo IPCA, índice oficial de inflação, com o argumento de que o novo financiame­nto ajudaria a reduzir os juros para compra da casa própria. Desde que foi anunciada, a taxa foi mantida nessa modalidade.

Com a redução em vigor a partir da próxima semana, das duas formas de financiame­nto da Caixa devem ter custo muito semelhante, tirando parte da atrativida­de da nova linha.

Com a inflação para o ano estimada ao redor de 3,70%, o crédito mais barato pelo IPCA custaria 6,65% ao ano —o custo fixo varia entre 2,95% e 4,95% ao ano.

Trabalhado­res do setor privado têm juros a partir de 3,25% no crédito ligado ao IPCA. O teto é 4,95%, para clientes que não têm relacionam­ento com a Caixa —como recebiment­o de salário.

Entre os bancos privados, o juro mais barato atualmente é o do Bradesco, que cobra a partir de 7,30% + TR desde o começo de outubro, uma resposta à decisão do Itaú de cortar a taxa para a partir de 7,45% + TR.

A disputa no crédito imobiliári­o tem crescido entre os grandes bancos, que apostam na linha com garantia para ampliar a oferta de crédito com controle no risco de calotes.

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