Folha de S.Paulo

Em CPMI, Frota cita ligação de Bolsonaro sobre Queiroz

- Danielle Brant

brasília Em depoimento na CPMI (Comissão Parlamenta­r Mista de Inquérito) das Fake News nesta quarta-feira (30), o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) disse ter recebido uma ligação de Bolsonaro momentos após discursar no plenário da Câmara defendendo a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.

A conversa teria ocorrido em 14 de fevereiro deste ano. Na manhã daquele dia, Frota subiu ao plenário e disse: “Eu também quero o Queiroz preso, e aí?”. O deputado afirmou que decidiu falar sobre Queiroz após o que qualificou como provocação do líder do PT na Casa, Paulo Pimenta (RS).

“Subi e pedi a prisão do Queiroz. Meu telefone tocou, era Jair Bolsonaro reclamando que eu teria no plenário pedido a prisão do Queiroz”, prosseguiu Frota, que autorizou a quebra de sigilo telefônico para comprovar o diálogo.

O deputado disse que, na sequência, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o abraçou e disse: “Papai ficou chateado com você por você ter se expressado dessa maneira aqui no plenário”.

Frota ainda levou ao depoimento um cartaz com um tuíte que atribuiu a Olavo de Carvalho. A conta de Carvalho, no entanto, é @opropriool­avo, e não @OlavoDeCar­valho.

O deputado disse ainda que Bolsonaro e filhos discutiram, durante almoço, impulsiona­mento de publicaçõe­s pelo Facebook durante a campanha. O congressis­ta afirmou que o almoço ocorreu após uma palestra do presidente.

Em série de reportagen­s desde outubro do ano passado, a Folha revelou a contrataçã­o durante a campanha eleitoral de empresas de marketing que faziam envios maciços de mensagens políticas, usando de forma fraudulent­a CPFs de idosos e até contratand­o agências estrangeir­as.

Ainda na sessão o deputado Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara, afirmou que a presença do ex-colega de partido era “escárnio com a sociedade brasileira” e perguntou ao deputado do PSDB o que passava por sua cabeça.

“O que passa pela minha cabeça só interessa a mim”, respondeu o tucano. Eduardo rebateu e afirmou que o colega era “menos promíscuo quando fazia filme pornô”. “E o senhor assistia muito, né?”, retorquiu Frota.

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