Em CPMI, Frota cita ligação de Bolsonaro sobre Queiroz
brasília Em depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News nesta quarta-feira (30), o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) disse ter recebido uma ligação de Bolsonaro momentos após discursar no plenário da Câmara defendendo a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.
A conversa teria ocorrido em 14 de fevereiro deste ano. Na manhã daquele dia, Frota subiu ao plenário e disse: “Eu também quero o Queiroz preso, e aí?”. O deputado afirmou que decidiu falar sobre Queiroz após o que qualificou como provocação do líder do PT na Casa, Paulo Pimenta (RS).
“Subi e pedi a prisão do Queiroz. Meu telefone tocou, era Jair Bolsonaro reclamando que eu teria no plenário pedido a prisão do Queiroz”, prosseguiu Frota, que autorizou a quebra de sigilo telefônico para comprovar o diálogo.
O deputado disse que, na sequência, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o abraçou e disse: “Papai ficou chateado com você por você ter se expressado dessa maneira aqui no plenário”.
Frota ainda levou ao depoimento um cartaz com um tuíte que atribuiu a Olavo de Carvalho. A conta de Carvalho, no entanto, é @oproprioolavo, e não @OlavoDeCarvalho.
O deputado disse ainda que Bolsonaro e filhos discutiram, durante almoço, impulsionamento de publicações pelo Facebook durante a campanha. O congressista afirmou que o almoço ocorreu após uma palestra do presidente.
Em série de reportagens desde outubro do ano passado, a Folha revelou a contratação durante a campanha eleitoral de empresas de marketing que faziam envios maciços de mensagens políticas, usando de forma fraudulenta CPFs de idosos e até contratando agências estrangeiras.
Ainda na sessão o deputado Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara, afirmou que a presença do ex-colega de partido era “escárnio com a sociedade brasileira” e perguntou ao deputado do PSDB o que passava por sua cabeça.
“O que passa pela minha cabeça só interessa a mim”, respondeu o tucano. Eduardo rebateu e afirmou que o colega era “menos promíscuo quando fazia filme pornô”. “E o senhor assistia muito, né?”, retorquiu Frota.