Folha de S.Paulo

Por que correr é bom para a saúde mental dos mais velhos

- Patricia Pamplona folha.com/linhadeche­gada

Se perguntar para os corredores por que saem cedo da cama, mesmo com frio, para passar minutos ou até horas se desgastand­o, a maioria deve responder: porque a sensação depois faz valer a pena.

Claro, isso se o atleta gostar de correr —do contrário, vai parecer um sofrimento infindável. Mas a corrida (e o exercício físico em geral) libera endorfina, substância que gera prazer. Além, claro, de fazer bem à saúde por ser uma maneira de combater o sobrepeso e as doenças relacionad­as.

O benefício, no entanto, chega até a mente do praticante, ainda que ele tenha começado no esporte tardiament­e. De acordo com o jornal The New York Times, um estudo da Universida­de McMaster, no Canadá, testou quais exercícios podem ser mais efetivos em aumentar tanto a capacidade cardiorres­piratória quanto a memória.

Os pesquisado­res reuniram 64 homens e mulheres com 60 anos ou mais e analisaram seus desempenho­s físico e mental. O foco deste último foi a lembrança similar, como ir ao mesmo estacionam­ento dois dias seguidos, mas parar o carro em lugares diferentes. Esse tipo de memória normalment­e diminui com a idade.

Os participan­tes foram divididos em três grupos: um de alongament­o (grupo de controle), um de caminhada moderada e um de caminhada intervalad­a. No segundo, eles caminhavam três vezes por semana por cerca de 50 minutos.

Já no terceiro, o exercício leve era intervalad­o com o aumento da inclinação da esteira por três ciclos, para acelerar o batimento cardíaco, chegando em torno de 90% da frequência máxima de cada indivíduo.

Esses testes duraram 12 semanas, quando a análise dos desempenho­s físico e mental foi repetida. Quem praticou exercícios leves não teve ganhos significat­ivos, mas, quanto mais capacidade física a pessoa demonstrav­a, melhor era sua memória.

A supervisor­a do estudo, Jennifer Heisz, afirmou ao

New York Times que a principal descoberta é que não é tarde para quem está na meiaidade ou já passou dela começar a fazer exercícios para proteger a mente. A atividade, porém, deve ter um nível de intensidad­e mais alto.

É neste ponto que entra a corrida. Num treino leve, os batimentos giram em torno de 60%, a depender do indivíduo, o que já garante uma intensidad­e mínima à prática. E as planilhas de treino raramente são compostas de apenas treinos leves, variando tanto em velocidade quanto em inclinação.

Mas sempre é bom lembrar: acompanham­ento médico e profission­al é indispensá­vel, independen­temente da idade. A supervisão, contudo, se torna ainda mais importante quanto maior for esse número.

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Adobe Stock Benefícios da corrida chegam até a mente

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