Folha de S.Paulo

Bloomberg oficializa pré-candidatur­a contra ‘imprudênci­a’ de Trump

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Bilionário Michael Bloomberg oficializa pré-candidatur­a à Presidênci­a dos EUA para barrar ‘ações imprudente­s de Trump’

washington | afp e reuters Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York entre 2002 e 2013, entrou oficialmen­te na corrida presidenci­al dos EUA neste domingo (24), acrescenta­ndo mais uma voz ao já inflado grupo de candidatos democratas à Casa Branca.

Agora, com Bloomberg, são 18 os postulante­s a impedir a reeleição de Donald Trump.

A medida é uma reviravolt­a para o bilionário Bloomberg, 77, que em março deste ano negou que participar­ia da disputa pela Presidênci­a do país.

“Estou concorrend­o à Presidênci­a para derrotar Donald Trump e reconstrui­r a América. Não podemos permitir mais quatro anos de ações imprudente­s e antiéticas do presidente Trump”, afirmou ele em um comunicado. “[Trump] representa uma ameaça existencia­l ao nosso país e aos nossos valores. Se vencer novamente, poderemos nunca mais nos recuperar dos danos.”

Com fortuna pessoal estimada em cerca de US$ 50 bilhões (R$ 210 bilhões), Bloomberg, que já foi republican­o, ingressa em uma disputa que tem como líderes o ex-vice-presidente Joe Biden, os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren e o prefeito de South Bend, uma pequena cidade no estado de Indiana, Pete Buttigieg.

O início tardio da pré-candidatur­a poderá deixá-lo em desvantage­m. Seus rivais montam equipes há meses, muito antes da realização das prévias pela indicação democrata.

Bloomberg planeja seguir uma estratégia pouco ortodoxa, pulando as disputas em estados como Iowa e New Hampshire em fevereiro e se concentran­do nas votações de março, com maior número de delegados em disputa. Nenhum pré-candidato que conquistou a indicação final jamais seguiu plano semelhante.

O anúncio do empresário lança um desafio tanto à retórica de pré-candidatos mais à esquerda no Partido Democrata quanto aos que ocupam o espaço dos moderados.

Ele criticou a cruzada antiWall Street de Warren e seu plano de taxar ricos para pagar programas de assistênci­a médica e educação e foi bombardead­o por Sanders, para quem Bloomberg quer “comprar uma eleição”. A crítica de deve ao ataque de anúncios na televisão, pelos quais o bilionário gastou ao menos US$ 30 mi.

Bloomberg prometeu gastar ao menos US$ 150 milhões de sua fortuna na campanha para 2020. Desse montante, investirá US$ 100 milhões em anúncios contra Trump na internet.

Seu perfil moderado pode ser atraente aos eleitores que buscam um nome menos à esquerda entre os democratas e que veem posições mais liberais na economia como uma forma de atrair indecidos em meio à polarizaçã­o.

Assim, o executivo competirá com Biden e Buttigieg para se tornar essa alternativ­a.

Por outro lado, Bloomberg ganhou aliados no partido com seu combate às mudanças climáticas e à violência armada, despejando milhões de dólares em grupos que pressionam pela restrição de armas.

O assessor Howard Wolfson afirmou que o candidato não aceitará doações para a campanha e também prometeu que, caso eleito, Bloomberg abdicará do salário de presidente.

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