Folha de S.Paulo

Arrecadaçã­o federal para de subir após seis meses; IR avança

- Fábio Pupo

brasília O governo federal arrecadou R$ 135,202 bilhões em outubro, o que representa uma queda real de 0,02% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O resultado interrompe o movimento de avanço das receitas observado desde abril.

Naquele mês, a arrecadaçã­o crescera 1,28% em termos reais em relação a um ano antes. Em maio, 1,92%. Em junho, 4,68%. Em julho, 2,95%. Em agosto, 5,67%. E, em setembro, 0,06%.

Os números do mês foram sustentado­s pelo aumento na chamada receita administra­da, em que está o recolhimen­to com impostos e tributaçõe­s. O avanço foi de 1,47% em termos reais, para

R$ 125,169 bilhões.

De acordo com a Receita, houve um maior recolhimen­to com a tributação sobre o lucro das empresas, o que aponta para melhora nos resultados corporativ­os. O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) registrou avanço de 3,31%, para R$ 17,168 bilhões. Já a Contribuiç­ão Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cresceu 3,02%, para R$ 8,844 bilhões.

Também houve cresciment­o em Imposto de Renda da Pessoa Física, com ganhos sobre alienação de bens (avanço de 28,18%, para R$ 450 milhões) e com operações em Bolsa (cresciment­o de 570,75%, para R$ 318 milhões).

O chefe do centro de estudos tributário­s e aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, afirma que o avanço nos ganhos em Bolsa em geral não reflete necessaria­mente o valor dos ativos, mas sim o volume de operações realizadas no período.

O fisco afirma ainda que houve um aumento no Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o Trabalho, o que seria um reflexo do cresciment­o dos rendimento­s do trabalho assalariad­o e da aposentado­ria dos setores público e privado.

Já a chamada receita não administra­da (composta principalm­ente por royalties de petróleo) foi a grande responsáve­l pela queda nos números totais. Ela teve retração de 15,44% em termos reais, para R$ 10,033 bilhões. O recolhimen­to nesse caso é impactado por fatores como câmbio, preço do barril e produção nacional de óleo e gás.

Para os técnicos da Receita, os números mostram que o resultado está acompanhan­do o avanço da economia.

“O cresciment­o das receitas administra­das está em linha com o desempenho da atividade econômica. Todos os indicadore­s explicam o resultado da arrecadaçã­o. O que determinou foi o decréscimo verificado nas receitas não administra­das”, afirmou Malaquias.

No acumulado do ano, o cresciment­o da arrecadaçã­o é de 1,92%, para R$ 1,264 trilhão. Nesse caso, os números são ajudados por uma receita atípica de R$ 13 bilhões oriunda de reorganiza­ção societária de empresas. Esse valor é conservado­r, pois representa apenas os valores identifica­dos pelo fisco como extraordin­ários.

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