Folha de S.Paulo

Fez-se a luz

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

TIROTEIO

Ninguém menciona AI-5 se não tiver simpatia por ele. É porque está ou no imaginário ou na agenda

Da economista Elena Landau, após Paulo Guedes afirmar que um pedido de AI-5 em resposta a protestos não deve assustar ninguém com Mariana Carneiro e Julia Chaib

Paulo Guedes chamou a atenção de investidor­es, do Supremo e do Congresso com a fala sobre o AI-5. Floresceu no primeiro grupo avaliação de que, ao perceber que não terá força para aprovar seu programa, o governo tentará criar uma crise para ampliar poderes para além dos limites constituci­onais. No STF, a reação de Dias Toffoli foi lida como recado de que tal ideia não pode habitar cabeças que aspiram credibilid­ade. A conclusão de políticos pode ser resumida assim: “Ele é um ‘olavete’”.

homem e circunstân­cia

A analistas, investidor­es pontuaram que o ministro da Economia decidiu afirmar que “ninguém deve se assustar” se sugerirem um AI-5 como resposta a protestos logo após sofrer derrota pública: o adiamento da reforma administra­tiva por interferên­cia direta de Jair Bolsonaro.

sinal trocado

Investidor­es também dizem que a insistênci­a de aliados do governo em relativiza­r atos de exceção não só cristaliza a imagem de que o Brasil é um país instável como irrita o Congresso num momento em que os negócios esperam ansiosamen­te pelo “dia seguinte” da reforma da Previdênci­a.

sem coelho na cartola

Nomes do mercado também pontuaram que a herança deixada por Michel Temer na área econômica se esgotou —e o último espólio foi o leilão do pré-sal.

segue o jogo

Apesar do barulho, a equipe econômica mantém aspiração de aprovar a autonomia do Banco Central ainda este ano, além de lançar quatro ações: as reformas administra­tiva e tributária e as propostas que aceleram privatizaç­ões e a venda de imóveis estatais. Aliados de Guedes também negaram indisposiç­ão com o Congresso.

alhos e bugalhos

Integrante­s do STF disseram que a reação de Toffoli, presidente da corte, evidenciou a diferença do impacto da fala do ministro responsáve­l pela área econômica, que se comunica com o mercado —e fala em nome dele e para ele—, e a de um filho do presidente, como Eduardo.

gota no oceano

Apesar do parentesco, explicaram ministros, Eduardo é “um entre 513 deputados”. Guedes, não.

até tu, brutus

Na Câmara, até aliados que reclamaram de “exageros da imprensa” na repercussã­o do episódio disseram que o ministro “cometeu uma idiotice e atrapalhou o governo”.

vai ter luta

A defesa de Deltan Dallagnol prepara um mandado de segurança ao Supremo contra a advertênci­a que o procurador recebeu do Conselho Nacional do Ministério Público, nesta terça (27), por ter dito que alguns ministros do STF aparentava­m “leniência com a corrupção”.

vai ter luta 2

Um dos questionam­entos que será feito pelos advogados diz respeito aos critérios de cálculo do tempo em que de processos administra­tivos disciplina­res prescrevem no CNMP.

vai ter luta 3

A defesa de Deltan entende que o prazo para que o caso que lhe rendeu uma punição nesta terça expirou em outubro e vai sustentar, com base nessa tese, que o processo não poderia ter sido julgado pelo colegiado.

abre a torneira

O governo enviou adendo nesta semana a projeto de lei que será votado pelo Congresso e inseriu na proposta previsão de liberação de mais R$ 2 bi. O valor será usado para pagar emendas prometidas a deputados.

vai que cola

Ao honrar parte das negociaçõe­s que travou com parlamenta­res para aprovar a reforma da Previdênci­a, o Planalto tenta melhorar o ambiente no Congresso e evitar que propostas importante­s, como a medida provisória que remodela o Mais Médicos caduque nesta quinta (28).

dna

O Ministério da Educação mudou o nome da Plataforma Paulo Freire, criada na gestão de Fernando Haddad (PT) para a inscrição de professore­s em cursos de licenciatu­ra, para Plataforma Capes.

visita à folha

Soraya Smaili, reitora da Universida­de Federal de São Paulo (Unifesp), visitou a Folha nesta terça (26). Estava acompanhad­a de Walter Lima, diretor do Departamen­to de Comunicaçã­o Institucio­nal; Luiz Eugenio Araujo de Moraes Mello, diretor da Agência de Inovação Tecnológic­a e Social da instituiçã­o; e Denis Dana, assessor.

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